quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sete razões por que os justos sofrem ( o dilema de Jó)

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
devocionaisdoprebjaniosdeoliveira.blogspot.com



O SOFRIMENTO é um problema na vida que aparece a toda a gente. Uma criança nasce cega, deformada ou mentalmente afetada; então surge a questão: Por quê? A criança não fez nenhum mal.

Um homem ou uma mulher de bom carácter na flor da vida é atormentado (a) com dores por uma doença que só levará à morte. Por que ele/ela? Eram as pessoas que menos deveriam sofrer com tal doença.

Milhões no mundo estão a sofrer por fome e doenças em países de vastas populações e pouca fertilidade. Outros morrem ou ficam sem onde morar devido a cheias ou terremotos.

Porque têm eles que sofrer?
Dor, tortura e morte têm sido impostas a milhões de indefesos pela tirania e destruição das guerras modernas.

Perdem-se enumeras vidas em atos de terrorismo, violência e seqüestros. Sempre houve acidentes, mas a escala dos acidentes nos nossos dias e desastres naturais é muitas das vezes avassaladora: despenha-se um avião; parte-se uma ponte; o fogo aprisiona centenas debaixo do solo num túnel de metro.

As pessoas perguntam-se: Porque é que Deus permite isto?

Questões vêm rapidamente à mente e superficialmente parecem razoáveis: no entanto uma vista de olhos sincera mostrará que elas acarretam certas implicações.

Estas questões implicam que o sofrimento humano é inconsistente quer com o poder ou com o amor de Deus: há duas opções ou é um Deus de amor e não tem o poder para prevenir o sofrimento, ou Ele tem o poder, mas não tem a vontade para alterar a situação, e logo não é um Deus de amor.

É suposto que a prevenção do sofrimento que agora afeta os aparentemente inocentes é algo que devemos esperar de um Deus de amor que é também Todo Poderoso. São estas suposições justificadas?

Os Fatos da Vida

Alguns fatos acerca da vida devem ser tomados em consideração antes de tentarmos formar uma opinião.

1. O homem vive num universo de causa e efeito e as conseqüências de certas causas são inegáveis. Queimaduras, afogamentos, doenças infecciosas. Estes fatos têm implicações morais.

O homem vive num universo no qual as conseqüências do que eles fazem são inegáveis, e assim a sua responsabilidade pelo que fazem é igualmente inescapável. Sem este fardo da "lei da natureza" o homem podia fazer o que quisesse impune, e não haveria responsabilidade.

Deus fez o universo desta maneira porque Ele é um Deus de moral que criou o homem como seres responsáveis com livre-arbítrio para escolher como irão agir.

2. O homem ao negligenciar e abusar da sua própria vida corrompeu o fluir da própria vida humana, e deixou males que caem sobre as gerações seguintes.

Estes, mais uma vez como parte da lei da natureza, podem-se manifestar como fraquezas hereditárias e tendências para certas doenças. A própria substância da vida pode ser afetada ao ser passada de geração em geração.

3. As conseqüências das ações do homem não são só diretamente físicas.

Deixou que os males sociais e políticos que criou ao longo da história acumularam-se num fardo para as gerações seguintes. As pessoas hoje em dia são apanhadas na rede de conseqüências da história do passado, e mesmo quando tentam ratificar um dos males, outro aparece: "Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora" (Rm 8:22).

Apóstolo Paulo da seguinte forma:
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12).

A sentença da mulher depois da desobediência no Éden foi: "Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará." Ao homem Deus disse:

"...maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás." (Gn 3:17,19).

O ensinamento é simples. Com a desobediência do homem veio o desarranjo da relação entre Criador e criado; a relação entre Deus e o homem está desalinhada. O primeiro pecado trouxe uma mudança fundamental que afeta todos com os males que são comuns a todos os homens. A morte é universal:

Deus não a altera para quem quer que seja.

O ensinamento Bíblico é que o homem é deixado a si mesmo e sujeito à lei natural, embora às vezes desastres naturais sejam originados por ordem divina como castigo para os homens e para limpar a terra. Um exemplo excepcional foi o dilúvio nos dias de Noé.

Ao mesmo tempo é verdade que na Bíblia, para aqueles que procuram servir a Deus, o sofrimento ganha outro sentido; eles estão num novo relacionamento com o Criador, e aprenderão a ver a tragédia com outros olhos. Como é isso?

• A Experiência De Um Homem Devoto A Deus

A resposta pode ser vista no exemplo de Jó. Um homem devoto que se depara com desastre e que perde os seus rebanhos a fonte da sua riqueza; com terrível sofrimento pela morte de todos os seus filhos de uma só vez; e depois é afligido por uma atormentadora doença que o faz ficar à parte da sociedade.

No entanto ele diz:"...Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?" (Jó 2:10). Ele reconhece o importante princípio de que ele não pode reivindicar que ser bom é um direito: não é ele que tem que decidir o que Deus deve fazer.

• O Problema Agonizante

Mas veio um tempo, quando o sofrimento era tão insuportável que parecia preferível a morte. Em agonia e desorientação ele pergunta: Porque deve o homem viver se é somente para sofrer? Poderá Deus que fez o homem, destruí-lo como uma carta que já não se quer?

Os amigos de Jó argüiram que existe uma relação direta entre os pecados dum homem e o seu sofrimento e assim contenderam que para sofrer de tal maneira,

Jó deve ter pecado muito. Jó estava convicto da sua integridade: ele é humano, mas sabe que não é culpado dos pecados que eles lhe atribuem. No entanto ele já ouviu demais a filosofia dos amigos para sentir que agora sofre injustamente.

Deus escolheu-o para ser um alvo? Porque comparado com os outros, os seus sofrimentos parecem desproporcionais às falhas que pode confessar. Para ele a sua aflição pode somente significar que Deus voltou-se contra ele, e este problema de moral acentua a sua amargura.

As "tendas dos ladrões" prosperam: porque deve sofrer o justo? Se Deus está a julgá-lo, é certo ser julgado por um standard que a natureza humana não pode alcançar?

Os amigos de Jó falham completamente ao tentarem abalar a sua convicção na sua retidão, e finalmente deixam de fazê-lo. A controvérsia de Jó é baseada na sua fé em Deus, apesar de todas as questões, e crença na justiça de Deus; e assim Jó chega à esperança de que numa outra vida, se não na presente, Deus como seu Redentor irá justificá-lo e ficar do seu lado. E assim ele introduz um novo elemento ao seu argumento quando ele espera para além da sepultura a ressurreição e reconciliação.

Essa crença dada a entender em Jó, é completamente declarada noutros lugares, no Velho e Novo Testamento, e dá uma nova perspectiva ao problema. No entanto ela própria não explica porque homens e mulheres devem sofrer nesta vida.

• Deus Fala Ao Homem

Quando os amigos são silenciados e Jó proferiu o seu último discurso, o jovem Eliú aparece na discussão. Ele mostra que Jó na sua situação extrema impugnou a justiça de Deus, mas ele também trás uma nova luz para o problema. Deus fala aos homens

(a) através de revelação, e

(b) através de sofrimento. Deus, pelos Seus próprios meios, comunica com os homens e mulheres para trazê-los a Si (Jó 33:14-18).

Deus fala aos homens, diz Eliú, em prol da educação espiritual, e orientação na vida e preservá-los da destruição. Ele "afasta o homem do seu propósito, e esconde o orgulho" de si próprio, levando-o a afastar-se do seu curso de vida que ele próprio escolheu, pois o orgulho é uma fonte de pecado. Em relação ao outro meio de comunicação. Eliú diz:

"Também no seu leito é castigado com dores, com incessante contenda nos seus ossos; de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma, a comida apetecível. A sua carne, que se via, agora desaparece, e os seus ossos, que não se viam agora se descobrem. “A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida, aos portadores da morte” (Jó 33:19-22).

A descrição de sofrimento perfeitamente se adapta a Jó, e Eliú está a dizer que mesmo ele precisa ser castigado, repreendido, disciplinado pelo Senhor – não por pecados específicos alegados pelos seus amigos, pois Eliú não os menciona, mas por uma falha muito mais subtil. Eliú já deu uma pista, pois é o pecado do orgulho espiritual, e somente a experiência do sofrimento pode trazê-lo ao de cima para se convencer da sua existência.

• A Influência De Deus No Homem

O sofrimento pode, assim, ser parte da influência de Deus nos homens para o seu desenvolvimento e levá-los ao conhecimento de Si próprio; e para Jó o resultado foi um intimo e novo conhecimento de Deus. Ele pode dizer:

"Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:4-6).

A influência de Deus no homem deve na sua natureza ser individual: somente o homem que sofre pode ganhar esta experiência pessoal.

O maior problema do sofrimento mantêm-se, e a única resposta a ser extraída do Livro de Jó é que o homem não pode questionar a majestade e sabedoria de Deus: Ele é o Criador e Sustentador de toda a vida, as Suas obras estão fora do alcance do conhecimento humano. É esta resposta que é elaborada com tal poder e beleza pela Voz do redemoinho nos capítulos 38-41. O homem somente pode aceitar que os caminhos de Deus estão para além do seu julgamento.

• "Porventura, Jó debalde teme a Deus?"

Enquanto que o Livro de Jó não oferece uma simples resposta para o problema do sofrimento, elevou-o a um nível mais amplo. Somente através da perda e sofrimentos Jó sabe que ele não serve a Deus por causa de casas, terras, rebanhos e manadas, ou até filhos.

Até não serve Deus pela sua própria pele, saúde e bem-estar.

Ele adorava Deus pelo próprio Deus, e apesar de todas as palavras que surgiram do seu stress mental e de corpo ele acreditava no fundo na justiça e fidelidade de Deus. Foi somente quando perdeu tudo que se apercebeu que Deus era o seu único refúgio, e com essa descoberta foi triunfantemente justificado contra as calúnias do Adversário personificado pelos três amigos.

A fé de Jó em Deus foi testada, e através do teste foi temperada como aço. Foi quando aceitou finalmente a sabedoria de Deus, e aprendeu que a fé pode se desenvolver através de sofrimentos, que Jó chegou finalmente ao pleno conhecimento de Deus.

• Algumas Conclusões

As conclusões que podem ser tiradas do que vimos até agora podem ser sumariadas da seguinte maneira:

1. O homem vive num universo organizado de causa e efeito e deve aceitar as suas conseqüências; e já que o pecado entrou na vida humana e isto deve envolver sofrimento. O sofrimento, no entanto, pode não estar diretamente relacionado com o pecado daquele que sofre, mas pode ser o resultado dos atos de gerações passadas.

2. Ao mesmo tempo é um universo de um Deus de sabedoria e amor que pode guiar e controlar o sofrimento para aqueles que o buscam para trazê-los a um conhecimento mais profundo de Si próprio.

• A Disciplina Divina

É à luz desta última conclusão que poderemos perceber uma passagem na Epístola aos Hebreus baseada num adágio do Livro dos Provérbios:

"...Estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.

Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.

Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. “Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos;” (Hb 12:5-12; Pv 3:11-12).

Leia esta passagem no seu contexto, a passagem explicasse a si própria. O sofrimento e a perda são comuns a todos os homens, mas para os filhos de Deus eles são dirigidos pelo seu Pai Celestial como um treino espiritual, e como tal são a expressão do Seu amor.

• Deus Enviou O Seu Filho

E assim foi, cerca de 2000 a trás, Deus interveio nas vidas e história do homem ao dar o Seu Filho Jesus Cristo para partilhar do sofrimento humano até ao limite para que trouxesse a redenção do pecado e da morte. Cristo veio na vida e natureza do homem, partilhou da nossa experiência e suportou tentação a partir do interior e aflições a partir do exterior que são comuns a toda a humanidade:

"Porque convinha que... aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. ...Convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. “Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” (Hb 2.10-18).


"Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu." (Hb 5.8).

Ao ter aceitado sofrer em obediência à vontade de Deus elevou o sofrimento a um novo nível, e mostrou que não mais como o maior mal, mas como um meio para um fim: pois através do sofrimento, na sua obediência perfeita a Deus, ele derrotou o poder do pecado na natureza humana, e assim tornou possível a ressurreição dos mortos à vida eterna. Nisto obteve a perfeição, uma fé testada e provada, perfeição na obediência, total amor a Deus e no serviço ao homem - um exemplo para todos os seus seguidores.

• Perfeição Através do Sofrimento

"Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofre em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados." (1 Pe 2:21-24).

E "tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem" (Hb 5.9). Ele é o autor, a fonte, a causa, de uma salvação que os homens não conseguiriam alcançar por si mesmos, já que por conta do seu sacrifício homens e mulheres que vêm a ele para terem vida são pela graça de Deus aceites como membros de Cristo.

E assim, como Cristo ressuscitou ao terceiro dia, existe uma ressurreição espiritual para uma nova vida agora para aqueles que são batizados nele, e a esperança da ressurreição física e imortalidade no dia quando ele retornar.

• "Co-participantes da natureza divina"

Se homens e mulheres irão ser "co-participantes da natureza divina" (2 Pedro 1:4), elevados do pecado a um nível em que poderão verdadeiramente conhecer Deus, desfrutar desta associação eterna com Ele e partilhar da Sua vida incorruptível, então somente Deus sabia como isto seria alcançado de acordo com a Sua majestosa santidade. Era o caminho que requeria a dádiva do Seu Filho para que morresse na cruz.


Se, então, Deus sofreu, e se, em obediência ao Pai, Cristo sofreu até à morte, o problema do sofrimento do homem atinge um novo patamar.

Sem fé em Deus, o sofrimento é um mal que tem que se agüentar. Com fé, e o exemplo do Filho de Deus, o sofrimento pode ser purificador e enobrecedor, e ser um caminho pelo qual Deus trás o sofredor para mais perto de Si. Pode verdadeiramente ser uma educação divina, a correção do Senhor.

• "Eis que faço novas todas as coisas"

Se o Filho de Deus sofreu, pode o homem escapar do sofrimento? Mas para além do sofrimento houve ressurreição, e para além da ressurreição virá o Reino de Deus quando Cristo retornar para reinar, tomando para si aqueles que já se comprometeram como seus seguidores.

O tempo para o estabelecimento do reino está muito próximo. Mas a palavras do Senhor e muitas outras profecias tornam claro que a vinda de Cristo irá ser precedida de grande tribulação para o mundo e sem dúvida para seus discípulos:

"Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados" (Mt 24:21,22).

Mas quando o Senhor Jesus Cristo aparecer, limpará a terra de todo o mal, derrubará todo o pecado e egoísmo, eliminará enfermidades e finalmente a morte. Reinará por Deus e removerá o sofrimento. Então serão cumpridas as palavras ouvidas pelo apóstolo João em Patmos:

"Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas às coisas. “E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Ap 21:3-5).

Para aqueles que respondem à chamada do amor de Deus, o caminho do sofrimento pode ser um caminho de vida, e isso é o propósito final da existência do sofrimento no mundo. A chamada continua a ser feita; ainda há oportunidade para todos os que procuram esperança para além deste mundo mau, para encontrá-la nas "boas novas" do Evangelho.

Veja as razões por que o ser humano sofre

(1) O sofrimento humano é resultado do pecado, que entrou no mundo e na natureza humana, através do pecado de Adão e Eva, que resultou na quebra da ligação do homem com o seu criador, Deus.

(2) Creia que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias ( Rm 8.36 ; 2Co 1.8-10; Tg 5.1; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve fazer você concluir que Deus não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.

(3) Recorra a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você da sua aflição (ver Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).

(4) Confie que Deus lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1Co 10.13; 2Co 12.7-10).

Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (2Co 4.7).

(5) Leia a Palavra de Deus, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas ( Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 125; 138).

(6) Busque revelação e discernimento da parte de Deus referente à sua situação específica — mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do Espírito Santo ou o conselho de um santo e experiente irmão.

(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, atente para estudos na bíblia sobre A CURA DIVINA.

(8) No sofrimento, lembre-se da predição de Cristo, de que você terá aflições na sua vida como crente . No entanto chegará o dia em que com alegria “Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4).

Veja agora os benefícios que Deus nos proporciona em meio ao sofrimento:

1. O sofrimento nos fortalece.

Quem não ouviu uma pessoa mais velha contar os "tempos duros" que enfrentou? Alguns falam de suas experiências para atravessar a Grande Depressão. Alguns relatam os contos pungentes da desgraça.

Outros falam de tragédia pessoal que teve que ser suportada. Por que freqüentemente as pessoas têm orgulho dos tempos traumáticos em que viveram? É porque elas sabem que isto é evidência de um caráter e uma constituição fortes, que talvez fossem forçadas sobre eles pelas suas adversidades. Converse com qualquer pessoa de riqueza ou alta posição que "abriu seu próprio caminho.

" Os tempos sobre os quais terá mais prazer em lhe falar são "naquele tempo quando eu não estava tão bem como agora." Elas gostam de recordar a luta, a dureza e a labuta que os colocaram onde estão. A maioria destas pessoas não trocaria estas experiências por nada, porque sabem que foram as próprias durezas que suportaram que lhes deram a força de caráter que agora possuem.

Devemos ser fortalecidos espiritualmente pelo sofrimento porque sabemos que Deus "...não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Co 10:13). Cada vez que você passa por uma provação, você está um pouco mais forte.

Isto não somente o capacitará a enfrentar outras tentações contra as quais você irá contra, mas também lhe dará capacidade para ajudar melhor e encorajar outros que possam enfrentar dificuldades semelhantes.

2. O sofrimento nos humilha.

Em 2 Co 12.4-10 aprendemos que Paulo tinha uma enfermidade com o propósito de ajudá-lo a manter sua humildade e também para que outros não o exaltassem acima da conta.

Na adversidade percebemos que nossa única segurança e força verdadeira estão em Jesus Cristo. Por nós mesmos não temos a força e a auto-suficiência das quais gostaríamos de vez em quando de nos exibir. Paulo disse: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Co 12.10).

Acima de tudo, lembremo-nos de que nossa meta não é uma vida ditosa, despreocupada, nesta terra. Antes, estamos labutando e algumas vezes sofrendo para que possamos atingir o lar celestial que Jesus Cristo foi preparar para nós. Que as tentações, adversidades, perseguições, tristezas e dores nesta vida nos dêem uma mais profunda ânsia e apreciação pela esperança que fica diante de nós se formos cristãos e fiéis ao Senhor.

"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Rm 8.18).

3. O sofrimento resultará em recompensas.

(I Co 4.5) Portanto na julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receba de Deus o louvor.

Estamos vivendo um período em que as pessoas correm de um lugar para outro em busca de um lenitivo para as suas dores e sofrimentos, se apegando na maioria das vezes em pequenas fagulhas de luzes artificiais que não levam a luz espiritual de Deus.

Conquanto que se nós fizermos uma reflexão ainda que superficial, com toda certeza perceberemos que nos queixamos dos nossos próprios pecados e que Deus desde a queda do homem no jardim do Éden, nunca prometeu que a vida humana seria uma festa ou passeio no pais da maravilha.

E, sim, uma luta contra os nossos potenciais os quais geram sentimentos que traem até mesmo as nossas vontades pecaminosas. Notoriamente todos os que aceitam a Jesus como único salvador, são considerados filhos de Rei (Deus), e participante das bênçãos celestiais que Ele proporciona aos que são fieis.

Entretanto temos o dever de palmilhar os passos de Jesus Cristo, para podermos receber o que o Senhor preparou para os que o amam. Deus não está interessado em nenhum diploma, troféu, taça ou título que ganhamos nesse mundo, mas em nossas cicatrizes que recebemos por ter amado a sua obra.

No Livro do Apocalipse está escrito uma passagem gloriosa para os que sofrem perseguições por causa do Evangelho. Apocalipse 7:14 E João disse: Senhor, tu sabes.

E Ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do cordeiro. Pare um pouco e imagine em todos os santos com as suas cicatrizes nessa vida. E nós sem nenhuma marca do sofrimento por amor a Jesus; como nos sentiremos diante de Deus? O que iremos mostrar?

• Queremos o consolo de Deus, mas não temos coragem de velar uma só noite no Getsêmame com Jesus;

• Queremos a vitória, mas não queremos ficar no lugar do Cirineu, para levar a cruz de Cristo por apenas alguns metros;

• Queremos a companhia de Deus, mas não queremos ficar com Jesus na hora do sofrimento. Como fez Maria, a sua mãe;

• Queremos a Ressurreição, mas não queremos levar o corpo de Cristo como fez Nicodemos;

• Queremos até ir para o céu, mas não queremos morrer; Enfim, agradecemos a Deus pelas rosas, mas nunca pelos espinhos. Murmuramos com a maior facilidade, quando deixamos de louvar a Jesus, pelas as maravilhas que Ele tem feito em nossas vidas. Lembramos sempre que Ele e amor. Mas, esquecemos que Ele é fogo consumidor e não aceita injustiça.

O Apostolo Paulo um pouco antes de morrer, se gloriava do seu sofrimento. Pois era um veiculo que o levaria a ao céu. Chegou a fazer a seguinte citação:

4. O sofrimento nos torna cheio de fé.

2 Tm 4.7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Na nossa caminhada peremptória na terra o Senhor não prometeu uma viagem confortável, mas garantiu a certeza de chegar ao seu Trono.

Isso para os que são fieis a sua causa santa. Geralmente quando os soldados ficam velhos vão passar o resto das suas vidas em suas terras natal. E ali exibem as cicatrizes feitas nos campos de batalhas.

Assim também acontece na vida dos salvos que são marcados com os sofrimentos da cruz de Jesus. De forma que quando chegam à velhice, ele tem muitos testemunhos a contar para a edificação daqueles que estão passando por uma adversidade.

Certa vez um medico perguntou para um soldado, onde ele foi ferido? Em resposta ele disse: “Foi em cima”. Só lembrava que um dia ele esteve nas alturas. Podemos observar que quanto maior o poder, a fama, certamente maior serão as dores.

Quanto maior o compromisso com o Reino de Deus, certamente maior serão as perseguições executada pelos inimigos das nossas almas. Entretanto acima de qualquer dor, sofrimento, amargura. Há um Deus que nos criou com um propósito especifico. Podemos até filosofar dizendo: “Somos a conseqüência do Amor de Deus”. Um pai que sofre ao ver o seu filho em um momento de amargura. Sendo que o homem nunca criou o outro.

Mas fica solidário ao ver o seu semelhante na dor; quanto mais Deus que é responsável pôr cada célula do corpo das pessoas.

Quem mais sente a nossa dor é o próprio Deus. Lendo o Livro do Profeta Zacarias, encontramos o clímax da mensagem da crucificação de Jesus.

Zacarias 13:6 E se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá Ele: São as feridas que fui ferido na casa dos meus amigos. Mostra que Jesus tomou as nossas enfermidades e pecados e toda prova dessa vida é insignificante diante do que Ele passou no calvário.

Embora o sofrimento seja como uma agulha que transpassa a nossa alma faz com que achemos a razão na nossa existência.

Todas as rugas dessa vida um dia passarão, e quando nós estivermos ao lado de Deus, não haverá mais lembrança dos eventos desconfortáveis que passamos aqui no mundo. Por essa razão é que se chama céu. (Céu não é uma condição, mas um estado, onde os fieis a Deus irão morar por toda eternidade). É comum para quem gosta de acampar e fazer fogueiras, ouvir o som das velhas e grossas madeiras, assobiar quando estão no fogo.

Podemos até figurar que são os sons dos pássaros que durante a vida pousaram e fizeram os ninhos em cima dos seus galhos. O mesmo acontece com os filhos de Deus, que passam toda a vida armazenando louvores ao Senhor.

E quando chega o fogo da destruição, começam entoar hinos de vitória; que dentre pouco tempo só haverá cinzas e esquecimento da vida material.

É neste exato momento que entra o triunfo de Deus para enxugar todas as lágrimas, como está escrito em Apocalipse. Ap 21.4 E Deus limpará de seus olhos todas as lágrimas; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas.

A vida no planeta terra está acompanhada de lutas e vitórias, mostrando que Deus nunca levou ninguém enganado pra o céu.

Mas o inimigo das nossas almas tem levado multidões para o inferno. Os sofrimentos mostram a grandeza da comunhão do homem com Deus. Mas infelizmente a maioria dos serem não entendem que isso é apenas um treino de dor para um amadurecimento espiritual. Quando uma tempestade se faz forte, a única saída é parar no meio da tormenta e ter paz. Se lutarmos contra ela, terminaremos na lama e dor.

Jo 16.33 Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflição, mas tende bom animo, eu venci o mundo. Prova que em Cristo somos mais que vencedores. Quando um general vence a guerra, com certeza é vitorioso o exercito completo, mesmo os que jazeram nas tumbas frias; especialmente quando este general tem o poder de ressuscitar, quando Ele é a própria vida.

Lembre-se de uma regra de guerra: “Nenhum exercito é vencedor quando sai para o combate desanimado”. “O sofrer dilacera a carne humana. Mas engrandece a alma; é verdadeiro designo de Deus, preparando o homem para um amanhã de bênçãos”.

Que Deus nos ajude a passar pelas provas, pois, por certo haveremos de receber a coroa da vitória. A Paz do Senhor Jesus repouse sobre cada um de nós, amém!

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