Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
pofjanioopinasobreapolitica.blogspot.com
Um povo sem alegria é um povo derrotado. Uma das principais razões da nossa falta de alegria é o pecado; daí, depois de pecar, David ter orado ao Senhor: - "Lava-me completamente do meu pecado... Purifica-me com hissope... Esconde a Tua face do meu pecado... Cria em mim um coração reto e puro...Torna a dar-me a alegria da Tua salvação".
Uma alma em pecado é triste, derrotada, cavernosa; mas um coração contrito, arrependido, confessado, é jubiloso, alegre, feliz, regozijado.
No tempo de Neemias, depois de escutarem a Santa Palavra, depois de confessarem os seus pecados a Deus, depois de perdoados, a eles (o povo) foi ordenado que se alegrassem com as bênçãos do Senhor e partilhassem do muito que Deus tinha para eles. Ide, porque a alegria do Senhor é a vossa força.
Na alegria do Senhor encontraremos força para lutar e vencer os nossos inimigos, para lavrar, semear e ceifar as nossas terras, para colher as muitas bênçãos que Ele tem para nós. Sem esta alegria os nossos olhos estarão baços, lacrimejantes e nem verão as doçuras do Senhor. Sem a alegria do Senhor estaremos derrotados, caídos e sem forças para viver; mas, na alegria da salvação que Cristo dá, andaremos por montes e vales, campinas e chegaremos às realidades do céu.
“Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos!” No texto citado ( Fp 4:4), “alegrai-vos!” é imperativo, é uma ordem.
“ALEGRAI-VOS!” E enfatiza: “Outra vez vos digo, ALEGRAI-VOS!” Essa palavra é mencionada centena de vezes em toda a Bíblia. Por centenas de anos a igreja medieval que o cristão tinha que ser triste e melancólico.
Mas Paulo, ainda nos primórdios do Cristianismo, escreveu aos Tessalonicenses: “Não quero que sejais como os demais que não tem alegria...”. Pois Deus nos chamou para vida abundante, plena e feliz.
Todo nosso sentimento de tristeza e culpa Jesus já levou na cruz e pagou o preço de nossa alegria. A vontade Dele é que sejamos felizes! Esse desejo divino de nos ver felizes, fica evidente em celebrações como a Festa do Tabernáculos, do Antigo Testamento.
A celebração da Festa dos Tabernáculos, no hebraico Succot (que quer dizer cabanas). É uma celebração de unidade, alegria, restauração. Tradicionalmente, celebra-se a colheita e a chegada das chuvas, a proteção e a providência de Deus.
Foi nesta Festa (onde parte da cerimônia incluía o despejo da água perante o Senhor) que Jesus levantou-se no Templo e disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu ventre fluirão rios de água viva” (Jo 7:37-38) Todas as festas bíblicas, comemoradas em Israel, são festas de alegria, jubilo, conforme o mandamento bíblico:
“E vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus”. (Lv 23:40) “e na tua festa te alegrarás, tu e teus filhos e todos que estiverem dentro de tuas portas” (Dt 16:14 )
“E te alegrarás por todo o bem que te tem feito O Senhor vosso Deus” – Dt 26:11 • “...e o povo alegrava-se com grande alegria, de maneira que o seu barulho, a terra retiniu”. ( I Re 1:40)
“Alegrem-se os céus e a terra, e regozijem-se, e diga-se entre as nações: “O Senhor reina! ( I Cr 16:31) “...e se alegravam porque DEUS OS ALEGRARA com grande alegria... ate os meninos se alegravam, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu de longe”.
(Ne 12.43) “em Ti me alegrarei e saltarei de prazer. Cantarei louvores ao teu nome oh Altíssimo!”.( Sl 9.2) “Os preceitos do Senhor alegram o coração”. ( Sl 9.8) “Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, vós os justos, e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração.
(Sl 32.11 ) “Exultai, oh céus, e alegra-te terra, e vós montes estalai de jubilo, porque O Senhor consolou a seu povo”.( Is 49.13) “...E levantavam suas vozes com jubilo e alegria ...porque o povo jubilava de maneira que as vozes se ouviam de mui longe” (Ed 4.13).
Há outras centenas de textos bíblicos que se referem à alegria do cristão, daquele que crê e por isso pode usufruir das promessas de Deus.
O inimigo de nossas almas, o diabo, quer nos deixar triste e pra baixo, sem esperança, porque ele veio para roubar matar e destruir. Porem ele é um inimigo vencido. Gloria a Deus! Por isso eu quero convidá-lo a se alegrar em Deus.
Como disse Maria mãe de Jesus; “ a minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus O meu Salvador!”. Cante! Louve! Alegre-se no Deus da sua Salvação.
Veja o que diz em Sl 51.12:
Restitui-me a alegria da salvação e sustenta-me com um espírito voluntário: nos tempos atuais, nunca se ouviu falar tanto em fugas: fugas em drogas, fugas no consumismo desenfreado, fugas nas aberrações sexuais, fugas no misticismo.
Isso reflete a busca desnorteada do ser humano da unidade com o seu Criador, da harmonia com Deus, cujo desejo é latente desde que o homem nasce (forma inconsciente) e ao tomar consciência, parte para uma busca inexorável, e muitas vezes, se envereda por caminhos tortuosos.
Contudo percebe que a diversidade desses caminhos, não consegue levá-lo a Deus, que salva e liberta o ser humano dos grilhões da prisão do pecado em que vive.
Por outro lado, a conseqüência imediata da reconciliação com Deus, é a intensa paz que transcende todo o entendimento humano, tão almejada, às vezes tão distorcida. E o fruto dessa comunhão é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Após o encontro marcante com o Criador, a criatura reconciliada torna-se o próprio templo do Espírito Santo e forma um só corpo com aqueles que já tiveram esse encontro, e vive de tal maneira, que, de possuir o Espírito Santo passa a ser possuída pelo próprio Espírito Santo, e os frutos do Espírito nascem naturalmente, os quais são notados por todos os que a cercam.
Isso é conversão, e a alegria daquele que se harmoniza com o seu Criador, ultrapassa o visível e efêmero, é a alegria do Espírito Santo, eterna, indizível.
Não há prazer que substitua o emanado pelo Espírito Santo, visto que tem sua origem no próprio Deus Altíssimo, é o mesmo que, como o Pai, na parábola do filho pródigo ao aguardar esperançoso o retorno do filho amado, avista-o, alegrando-se grandemente, abraça-o e manda preparar uma festa pela volta do seu filho: há alegria no céu quando um pecador se arrepende e essa alegria indescritível, nasce no coração do pecador arrependido.
Muitos contestam dizendo, que não pecam, fazem somente o bem, são bons filhos, bons pais, bons companheiros,... Mas, isso refuta as Sagradas Escrituras que nos diz, em Romanos, capítulo 3, versículo 23:
Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Enquanto o ser humano não recuperar o elo perdido, que é a reconciliação com Abba (Pai), por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo, ele não vai experimentar verdadeiramente a alegria do Espírito Santo, resultante da harmonia da criatura com o seu Criador.
A transitoriedade da alegria deste mundo se esfuma antes mesmo de sua plenitude, pois é impotente para acontecê-la, porque na realidade é falsa.
Todavia, a alegria dos filhos de Deus, se origina aqui, no caminho da peregrinação, neste mundo, e se estende infinitamente à eternidade, pois esta é incontestavelmente, a alegria verdadeira.
Quero dizer como Neemias ( 8:10); “ Portanto não vos entristeçais, porque A ALEGRIA DO SENHOR É A NOSSA FORÇA! Seja forte, alegrando-se em Deus!
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