sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os cinco benefícios para quem habita no esconderijo do altíssimo

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
janio-estudosteolgicos.blogspot.com




Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.(Sl 91.1-11)

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

O Salmos 91 tem sido usado como amuleto por diversas pessoas de todos os segmentos religiosos; no entanto, devemos salientar que só podemos usufruir das bênçãos inseridas nele se de fato habitarmos na sombra do onipotente.

A propósito o estudo que se segue vai ser desenvolvido sobre a temática “sombra”.

Quando Deus coloca alguém na nossa vida para nos proteger, devemos aproveitar a oportunidade e crescer na sombra!

Vejamos agora os cinco benefícios para quem habita no esconderijo do altíssimo

1. Lugar de segurança:

Guarda-me como à menina do olho; esconde-me debaixo da sombra das tuas asas, (Sl 17.8)

Um abrigo no meio da estrada oferece descanso, proteção e esperança. Mas a Bíblia fala de uma proteção maior:

“Protege-me como à menina dos teus olhos; esconde-me à sombra das tuas asas.” A proteção divina aqui vai além, falando também sobre conforto, nutrição e calor.

É fácil enxergar a proteção que uma galinha oferece aos pintainhos abrigados debaixo das asas. Esta é a figura usada pelo salmista para descrever a profunda necessidade que todos temos desde o momento em que fomos concebidos: a carência de acolhimento.

Os bebezinhos se aconchegam prazerosamente nos braços de seus pais. E, verdade seja dita, os pais também experimentam grande prazer em oferecer a eles esse tipo de conforto e proteção.

Quando pensamos no abraço protetor de Deus, nosso Pai amoroso, devemos lembrar que todos os que o buscarem poderão encontrar refúgio à sombra de suas asas (Sl 36.7). Não importa se ricos ou pobres, solitários ou não, se emocionalmente equilibrados ou fragilizados – o supremo governante do universo está pronto a oferecer-lhes seu abraço acolhedor como Pai amoroso.

2. Lugar de passagem: O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a sombra que passa. (Sl 144.4)

A Bíblia contém muitas advertências a respeito da brevidade da vida. É por isto que HOJE é o dia para os descrentes serem salvos e o dia para os crentes servirem ao Senhor.

"Amanhã é o dia quando os preguiçosos trabalharão e os tolos se arrependerão. Amanhã é o hoje de Satanás; ele não dá à mínima importância as quais boas resoluções você tome, se apenas você se determine a deixá-las para amanhã."

“Porque somos estranhos diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais; como a SOMBRA, são os nossos dias sobre a terra, e não há outra esperança.” (1Cr 29.15)

“Os meus dias são mais velozes do que a LANÇADEIRA DO TECELÃO e perecem sem esperança. Lembra-te de que a minha vida é como o VENTO; os meus olhos não tornarão a ver o bem. Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais. Tal como a NUVEM se desfaz e passa aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir.” (Jó 7.6-9)

“Porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a SOMBRA.” (Jó 8.9)

“E os meus dias são mais velozes do que um CORREDOR; fugiram e nunca viram o bem. Passa como NAVIOS VELOZES, como ÁGUIA que se lança à comida.” (Jó 9.25-26)

“Sai como a FLOR e se seca; foge também como a SOMBRA e não permanece.” (Jó 14.2)

“Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um CONTO LIGEIRO.” (Sl 90.9)

“Porque o homem, são seus dias como a ERVA; como a flor do campo, assim floresce; pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não conhece mais.” (Sl 103.15-16)

“O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a SOMBRA que passa.” (Sl 144.4)

“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um VAPOR que aparece por um pouco e depois se desvanece.” (Tg 4.14)

3. Lugar de abrigo: E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia; e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva. (Is 3:6)

Abrigo no Tabernáculo
Lemos no Salmo 61:4: “Assista eu no teu tabernáculo, para sempre; no esconderijo das tuas asas, eu me abrigo.”

A primeira coisa que percebemos como reflexo já de outra ocorrência nos Salmos 27:4, é o desejo do salmista em estar constantemente no templo do Senhor, no Seu tabernáculo. Quantas vezes nos sentimos desanimados para ir ao que hoje conhecemos como templo, nossa igreja, seja ela grande ou pequena, de mármore ou de taipa? Contudo, é nestas reuniões que Deus se encontra com Seu povo.

Deveríamos valorizar mais as oportunidades que temos de nos encontrar em nossas casas de culto. Enquanto nossos irmãos na Índia e em outros países asiáticas se reúnem embaixo de árvores, ao ar livre, e, por causa da cultura, são ridicularizados por fazê-lo, nós, que temos, na grande maioria das vezes, bons templos, nos eximimos de participar da adoração pública.

Além disso, temos uma mensagem muito bonita que percebemos pela composição poética deste verso. Ao contrário da poesia ocidental, na qual um dos mecanismos mais admirados é a rima, na poesia hebraica, temos um mecanismo chamado paralelismo.

Grande parte dos versos dos salmos e dos provérbios utiliza esse dispositivo: a primeira declaração do verso é paralela à segunda declaração do verso. Em Salmo 61:4, assistir no tabernáculo é paralelo, é equalizado, com o “esconderijo das tuas asas.” Em outras palavras, estar no tabernáculo é estar sob a proteção de Deus.

Davi, aqui, se refere ao tabernáculo erigido por Moisés, que ainda estava em operação em seus dias. Ao cultuar a Deus na tenda da congregação, Davi se sentia seguro. Hoje, nós não olhamos mais para o santuário terrestre erigido por Moisés. Pela fé, nós chegamos ao santo dos santos do santuário celestial.

Ao contemplarmos o santuário celeste, temos a segurança sob as asas da graça de Deus. Não tememos o futuro, as investidas satânicas, nossa natureza má e pecaminosa, pois “temos um advogado junto ao Pai” (1 Jo 2:1).

E ainda mais. Quando estudamos o tabernáculo, quando o “assistimos”, nós somos defendidos contra os ventos de heresias e firmamos nossa fé no fundamento inabalável da Palavra de Deus.

Nós não nos abrigamos num esconderijo vacilante, mas nas Sagradas Escrituras e na segurança da obra de Cristo em nosso favor no Céu. Olhamos para um Advogado vivo, que pode nos cobrir com Suas asas de justiça.

4. Lugar de esperança: Para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte; A fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz. (Lc 1:79)

a) Em Juízes 6:23 - Porém o SENHOR lhe disse: Paz seja contigo; não temas; não morrerás. A paz do Senhor é contigo, não te deixa, não te abandona em nenhum momento.

b) (Jz 6.24) Então Gideão edificou ali um altar ao SENHOR, e chamou-lhe: O SENHOR É PAZ; e ainda até o dia de hoje está em Ofra dos abiezritas. Essa paz que Ele promete é sua própria presença em nossas vidas pois ele é a paz.

c) (I Sm 1.17) Então respondeu Eli: Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste. Se você anda na paz, ou seja, na presença do Senhor, tudo que você pedir a Ele te dará.

d) (Sl 4.8) Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança. A paz do Senhor nos dá um sono tranqüilo, e nos livra de nossos inimigos.

e) (Sl 29.11) O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com paz. Percebemos aqui que a paz é uma benção que vem de Deus para nós.

f) (Sl 34.14) Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a. A paz do Senhor deve ser procurada e seguida, e a palavra de Deus garante que aquele que busca encontra, se você procurar a paz do Senhor, você a encontrará, pois Deus a revelará a você.

g) (Is 9.6) Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. A paz do Senhor tem um príncipe, Jesus, que nos dá paz em abundância.

h) (Lc 1.79) Para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte; A fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz. A paz do Senhor é um caminho, quer seguir pelo caminho da paz? Siga a Jesus!

i) (Lc 10.5) E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. A paz do Senhor entra na casa daquele que permite a pregação da palavra do Senhor em seu lar, não invade, entra pela nossa permissão e faz toda diferença, desde quando busquei esta paz para mim que não sou mais a mesma pessoa.

j) (Jo 14.27) Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Vivo em paz porque ela não foi conquistada pela morte de milhares de homens em combate, mas por Jesus Cristo nosso Senhor, Ele deixou sua paz para nós, acredite, ela está com você.

O Senhor nos falou, para que entendamos e nos regozijemos no Espírito:

"Meu filho, não tenha medo, Eu estou contigo, você não vai perecer, pois Eu o Senhor teu Deus sou a tua paz. Eu estou te ouvindo, estou atento as tuas palavras, fala comigo, eu posso fazer tudo por ti.

Quando você estiver dormindo eu estarei acordado te guardando, quando você estiver deitado, eu estarei de pé ao teu lado, pois te amo. Por onde quer que andares eu te mostre um caminho reto, um caminho de paz para você seguir e receber a vitória.

“Não fique confuso, nem atormentado com as dificuldades desta vida, receba a minha paz no teu coração, na tua vida, na tua casa, na tua família, no teu casamento, em todas as áreas, ouça a minha voz, Ainda Existe Paz, ela está em Jesus Cristo”.

5 . Lugar de Salvação: Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. (Cl 2:17)

"porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo."

“Tudo isso” se refere às coisas como “comida e bebida, dia de festa, lua nova, e sábados” de v. 16. Paulo mostra que, embora estas coisas fizessem parte da expectativa de Deus para seu povo debaixo da lei, agora vivemos em outra época e estas coisas não pesam mais sobre nós.

A expressão “coisas que haviam de vir” não se refere a algo ainda no futuro do ponto de vista de Paulo e os Colossenses e sim dos seguidores de Deus que viviam debaixo da lei. Senão estas coisas não seriam “sombra” e sim, ainda realidade. Ou seja, as ordenanças como proibições de certas comidas ou a exigência de guardar certos dias ou datas pertenciam todos à sombra que era, sobretudo, da lei e, portanto do passado.

No AT isto ainda era futuro. Mas, agora, em Cristo, “as coisas que haviam de vir” já chegaram e os Cristãos em Cristo já vivem na época da realidade.
Os comentaristas divergem sobre o significado do “corpo de Cristo” aqui, mas, o sentido mais razoável é da própria Igreja e da presença real de Cristo entre nós. Paulo usa uma figura bastante comum. Como todo homem observa, há um contraste entre uma “sombra” e um “corpo”. A “sombra” traça apenas o perfil do corpo. A realidade é o próprio corpo.

O corpo de Cristo quer seja na forma da Igreja, ou da presença do Senhor entre nós é a realidade com a qual devemos nos importar agora. Antes que o “corpo” viesse havia apenas a “sombra”, ou seja, as ordenanças da lei que apontavam para Cristo. Mas, agora, temos a realidade do próprio Cristo, algo infinitamente melhor. Portanto, devemos deixar para trás as coisas da “sombra”, ou seja, as ordenanças e proibições, e nos contentar e focalizar na realidade que é Cristo Jesus.

Lei visava levar o homem, por meio de figuras materiais, ao entendimento de verdades espirituais. Todas as ordenanças e rituais eram uma grande e preciosa parábola preparando o povo para a realização dela (Hb 9: 6-14). Dessa forma, a Lei só pode ser compreendida se for considerada parte da realização da promessa, e sem ela não faz sentido algum.

Os profetas tiveram a missão de testemunhar ao povo sobre o verdadeiro espírito e objetivo da Lei, rejeitando o mero legalismo interior, apontando para o pecado do homem, bem como chamando para o arrependimento, anunciando juízo, e prometendo perdão e restauração com o advento do Messias na plenitude dos tempos (Is 1:1-18; 3: 1-4; 6; 8: 1-9; Jl 1-3; Gl 4:4).

Uma vez cumprida a missão, tendo-se completado o período determinado de espera, Deus envia seu Filho (Gl 4: 4-6), para resgatar todos aqueles que estavam desgarrados.

A espera da plenitude dos tempos tem a dupla função de ensinar o povo os objetivos descritos acima e preparar geográfica, política, religiosa e culturalmente o mundo para recepção e entendimento da mensagem eterna do Verbo encarnado.

Na época da encarnação, o ambiente geopolítico estava completamente centralizado em Roma, que dominava o mundo conhecido. Roma tinha aberto estradas e desbravado fronteiras até aos confins da terra de então, o que sem dúvida foi de grande serventia na disseminação missionária dos primeiros cristãos.

Culturalmente, a influência grega tinha legado ao mundo a estrutura lógica de pensamento filosófico, possibilitando o questionamento de velhas religiões e tradições se fundamentavam em crendices e superstições, o que sem dúvida permitiu o reconhecimento do pensamento cristão como algo que apela positivamente ao intelecto e fé humanas.

No aspecto religioso, os gentios estavam atolados na idolatria reinante (Rm 1:18) e cansados de rituais e ordenanças que não traziam nenhum alívio e paz interior, o que os preparou para receber com alegria a mensagem da salvação pela fé.

Quanto aos judeus estavam imersos no legalismo e farisaísmo (Rm 2:17), mas contudo havia ainda muitas pessoas, que a despeito da hipocrisia nacional, esperavam a Consolação de Israel (Lc 1:6; 2: 25; Jo 1:47).

Também o judaísmo, com suas sinagogas, havia se espalhado por toda a costa do Mediterrâneo, o que muito facilitou a pregação do evangelho pelos primeiros cristãos judeus, como Paulo (At 13:14; 14:1; 17: 1, 2).

Sim, foi no tempo pleno para apresentar ao mundo Seu Filho, que Deus o enviou. Nenhum período da história universal esteve tão preparado e maduro para receber as Boas Novas, quanto a época da manifestação do Filho de Deus aos homens.

A nossa segurança e refúgio é somente em Jesus Cristo. Ele é a nossa Segurança, nosso Onipotente, a Sombra que nos dá Descanso, debaixo de sua Sombra estamos sempre em segurança. Pois ELE é Nosso Escudo e Broquel. Amém!

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