Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
janio-estudosteolgicos.blogspot.com
Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.
Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo.
E exultarei por causa de Jerusalém, e folgarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor.
Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus;
porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem,
e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.
Eles edificarão casas e nelas habitarão;
plantarão vinhas e comerão o seu fruto.
Não edificarão para que outros habitem;
não plantarão para que outros comam;
porque a longevidade do meu povo será como a da árvore,
e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos.
Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles.
E será que antes que clamem, eu responderei;
estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
O lobo e o cordeiro pastarão juntos,
e o leão comerá palha como o boi;
pó será a comida da serpente.
Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, diz o Senhor (Is 65.17-25).
Vi novo céu e nova terra,
pois o primeiro céu e a primeira terra passaram,
e o mar já não existe.
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,
ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
(Ap 21.1-8)
Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo:
Eis o tabernáculo de Deus com os homens.
Deus habitará com eles.
Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles.
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.
Eu, a quem tem sede darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.
Os textos deste estudo bíblico são visões do poder criador e transformador de Deus em ação, fazendo novas todas as coisas agora e no futuro. A passagem de Isaías tem a forma de uma palavra divina que afirma o poder transformador de Deus no universo e na história. Em resposta às lamentações e queixas da comunidade do após exílio em Israel (Isaías 63.15-64.12), Deus diz:
Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio, porque eis que eu crio para Jerusalém alegria e para o seu povo regozijo (Isaías 65.17-18).
Veja as cinco coisas que teremos nos céus
I. NO CÉU TEREMOS A RESTAURAÇÃO DO PRÓPRIO UNIVERSO – V. 1
1. A redenção alcançou todo o cosmos – v. 1
- A natureza escravizada pelo pecado (Rm 8.20,21), agora está completamente restaurada.
- Deus não cria um novo céu e uma nova terra, mas torna-os novo, como do nosso corpo, fará um novo corpo. Não é aniquilamento, mas renovação.
2. Não haverá mais nenhuma contaminação – v. 1
“E o mar não mais existirá”. Isso é um símbolo.
- Aqui o mar é o que separa. João foi banido para a Ilha de Patmos. Também o mar é o que contamina (Is 57.20). Do mar surgiu a besta que perseguiu a igreja.
- No novo céu e na nova terra não haverá mais rebelião, contaminação nem pecado.
II. O CÉU É CONHECIDO PELO QUE NÃO EXISTE LÁ – v. 4
1. No céu não haverá dor
- A dor é conseqüência do pecado.
- A dor física, moral, emocional, espiritual não vai entrar no céu.
- Não haverá mais sofrimento, enfermidade, defeito físico, cansaço, fadiga, depressão, traição.
2. No céu não haverá mais lágrima
- Não haverá choro nas ruas da nova Jerusalém.
- Este mundo é um vale de lágrimas. Muitas vezes alagamos o nosso leito com nossas lágrimas.
- Choramos por nós, pelos nossos filhos, pela nossa família, pela nossa igreja, pela nossa pátria.
- Entramos no mundo chorando e saímos dele com lágrimas.
- Mas Deus é quem vai enxugar nossas lágrimas. Não é auto-consolo.
3. No céu não haverá luto nem morte
- A morte foi lançada no lago de fogo (Ap 20.15).
- Ela não pode mais nos atingir. Fomos revestidos da imortalidade. Tragada foi a morte pela vitória.
- No céu não há vestes mortuárias, velórios, enterro, cemitério.
- No céu não há despedida.
- No céu não há separação, acidente, morte, adeus.
III. O CÉU É CONHECIDO POR QUEM VAI ESTAR LÁ – V. 2
1. A cidade santa, a nova Jerusalém, a noiva adornada para o seu esposo
- A igreja glorificada, composta de todos os remidos, de todos os lugares, de todos os tempos, comprada pelo sangue do Cordeiro, amada pelo Pai, selada pelo ES é a cidade santa, a nova Jerusalém em contraste com a grande Babilônia, a cidade do pecado.
- Ela é a noiva adornada para o seu esposo em contraste com a grande Meretriz.
- O Senhor só tem um povo, uma igreja, uma família, uma noiva, uma cidade santa.
2. Essa noiva foi adornada para o seu esposo
- O próprio noivo a purificou, a lavou, a adornou. Ela será apresentada igreja santa, nova pura, imaculada, sem defeito. A noiva amada, comprada, amparada, consolada, restaurada e glorificada.
3. Essa noiva vai estar no céu pela graça – v. 6,7
- Feito está! Deus já completou toda a obra da redenção (Jo 19.30; Ap 16.17; Ap 21.6).
- Os sedentos bebem de graça da água da vida.
- Todos os que têm sede podem saciar.
- Todos os que buscam encontram.
- Todos os que vêm a Cristo, ele os acolhe.
IV. O CÉU É CÉU PORQUE LÁ ESTAREMOS EM COMUNHÃO COM DEUS – V. 2,3,7
1. Porque a vida no céu será como uma festa de casamento que nunca termina – v. 2
- As bodas passavam por quatro fases:
1) O compromisso;
2) A Preparação;
3) A vinda do Noivo;
4) A festa. O céu é uma festa. Alegria, celebração, devoção.
- Deleitar-nos-emos em seu amor. Ele se alegrará em nós como o noivo se alegra da sua noiva. Esta festa nunca vai acabar.
2. Porque o céu será profundamente envolvido pela presença de Deus – v. 3
- O céu é céu porque Deus está presente. Depois que o véu do templo rasgou, Deus não habita mais no templo, mas na igreja.
- O Espírito Santo enche não o templo, mas os crentes.
- Agora somos santuário onde Deus habita.
- Veremos Cristo face a face. Vê-lo-emos como ele é. Ele vai morar conosco. Não vai mais haver separação entre nós e Deus.
- A glória do Senhor vai brilhar sobre nós.
3. Porque no céu teremos profunda comunhão com Deus – v. 3b
- Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus.
- Aqui caem as divisas não só do Israel étnico, como das denominações religiosas.
- Seremos a igreja, a noiva, a cidade santa, a família de Deus, povo de Deus.
4. Porque no céu desfrutaremos plenamente da nossa filiação – v. 7
- A igreja é a noiva do Cordeiro e a filha do Pai.
- Tomaremos posse da nossa herança incorruptível.
V. O CÉU É DESCRITO PELO FULGOR DA NOIVA, A NOVA JERUSALÉM – V. 9-27
1. A nova Jerusalém é bonita por fora, ele reflete a glória de Deus – v. 11
- Quando João tentou descrever a glória da cidade, a única coisa que pôde fazer foi falar em termos de pedras preciosas, como quando tentou descrever a presença de Deus no trono (4.3).
- A glória de Deus habita na igreja. Essa glória é indescritível, como indescritível é Deus.
- A igreja é bela por fora. Ela é como uma noiva adornada. Suas vestes são alvas.
2. A nova Jerusalém é bonita por dentro – v. 19,20
- Ninguém coloca pedras preciosas no fundamento. Mas no alicerce dessa cidade estão doze espécies de pedras preciosas.
- Há beleza, nobreza, riqueza e esplendor no seu interior.
- Não há coisa feia nem escondida dentro dessa igreja.
3. A nova Jerusalém é aberta a todos – v. 13,25
- A cidade tem 12 portas: ela tem portas para todos os lados.
- Isso fala da oportunidade abundante de entrar nesse glorioso e maravilhoso companheirismo com Deus.
- Venha de onde vier, as pessoas podem entrar.
- Os habitantes dessa cidade são aqueles que procedem de toda tribo, povo, língua e nação.
- São todos aqueles que foram comprados pelo sangue do Cordeiro.
- Não há preconceito nem acepção de pessoas. Todos podem vir: pobres e ricos; doutores e analfabetos; religiosos e ateus; homens e mulheres.
- A cidade é aberta a todos: Há portas para todos os lados.
- O noivo convida: Vem! A noiva convida: Vem! Quem tem sede recebe a água da vida.
4. A nova Jerusalém não é aberta a tudo – v. 8,12,27
- A cidade tem uma grande e alta muralha.
- Muralha fala de proteção, de segurança.
- Embora haja portas (v. 13) e portas abertas (v. 25), nem todos entrarão nessa cidade (v. 8,27).
- Embora as portas estejam abertas, em cada porta há um anjo (v. 12).
- Os pecadores inconversos não podem entrar no céu (v. 8) – O universalismo está errado.
- A idéia de que toda religião é boa e todo caminho leva a Deus é um engano.
- No céu só entrarão aqueles que se arrependeram de seus pecados, creram em Cristo e foram lavados em seu sangue.
- Só aqueles que têm o nome escrito no Livro da Vida podem entrar!
- O pecado não pode entrar na Nova Jerusalém (v.27) – Embora a igreja é aberta a todos, não é aberta a tudo.
- Muitas vezes, a igreja tem sido aberta a tudo e não a todos (Pedro e Jesus: Arreda stanás).
5. A nova Jerusalém está construída sobre o fundamento da Verdade – v. 14
- Esse símbolo fala da teologia da igreja.
- A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos.
- A igreja do céu está edificada sobre o fundamento dos apóstolos, sobre a verdade revelada, sobre as Escrituras.
6. A nova Jerusalém tem espaço para todos os remidos – v. 15-17
- A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais. A cidade tem doze mil estádios, ou seja, 2.200 Km de comprimento, de largura e de altura. Não existe nada parecido no planeta.
- É uma cidade que vai de São Paulo a Aracaju.
- Na Nova Jerusalém, a maior montanha da terra, o pico Everest, desaparece mais de 240 vezes.
- Essa cidade é um verdadeiro cosmos de glória e santidade.
- É óbvio que esses números representam a simetria, a perfeição, a vastidão e a totalidade da Nova Jerusalém.
- Não existem bairros ricos e pobres nessa cidade.
- Não existem casebres.
- Existem mansões, feitas não por mãos.
- Deus é o arquiteto e fundador dessa cidade.
7. A nova Jerusalém é lugar onde se vive em total integridade – v. 18,21b
- Não apenas a cidade é de ouro puro, mas a praça da cidade, o lugar central, onde as pessoas vivem é de ouro puro, como vidro transparente.
- Tudo ali vive na luz.
- Tudo está a descoberto. Nada escondido.
8. A nova Jerusalém é o lugar de plena comunhão com Deus – v. 22
- No Velho Testamento a presença de Deus estava no Tabernáculo, depois no Templo. Mas, agora, Deus habita na igreja.
- Na Nova Jerusalém não haverá templo, porque a igreja habitará em Deus e Deus habitará com a igreja. Isso é plena comunhão.
- A cidade será iluminada não mais pela luz do sol ou pela lua. A glória de Deus a iluminará.
9. A nova Jerusalém é o paraíso perdido, onde corre o rio da Vida – 22.1-2
- A Nova Jerusalém é uma cidade, um jardim, uma noiva.
- O jardim perdido no Éden é o jardim reconquistado no céu.
- Lá o homem foi impedido pelo pecado de comer a árvore da vida, aqui ele pode se alimentar da árvore da vida.
- Lá ele adoeceu pelo pecado, aqui ele é curado do pecado.
- Lá ele foi sentenciado à morte, aqui ele toma posse da vida eterna.
- No Jardim do Éden havia quatro rios. Nesse Jardim Celestial, há um único rio, o rio da Vida.
- Ele flui do trono de Deus.
- Ele simboliza a vida eterna, a salvação perfeita e gratuita, o dom da soberana graça de Deus.
- Por ele passa ele traz vida, cura e salvação.
10. A nova Jerusalém é onde está o trono de Deus – 22.3-5
- O trono fala da soberania e do governo de Deus. O Senhor governa sobre essa igreja.
- Na nova Jerusalém vamos ter propósito. “Os seus servos o servirão”. Nosso trabalho será deleitoso.
- Vamos servir àquele que nos serviu e deu sua vida por nós.
- Os salvos entrarão no descanso de Deus (Hb 4.9).
- Os salvos descansarão de suas fadigas (Ap 14.13), no porém do seu serviço.
- Na ova Jerusalém vamos ter intimidade com o Senhor. “Contemplarão a sua face”.
- O que mais ambicionamos no céu não são as ruas de ouro, os muros de jaspes luzentes, nem as mansões ornadas de pedras preciosas, mas contemplar a face de Jesus! O céu é intimidade com Deus.
- Na nova Jerusalém vamos reinar com Cristo eternamente – “e reinarão com ele para sempre”.
- Deus nos salvou não apenas para irmos para o céu, mas para reinarmos com ele no céu. Ele não apenas nos levará para a glória, mas também para o trono.
- Nós seremos não apenas servos no céu, mas reis.
- Cristo vai compartilhar com sua noiva sua glória, sua autoridade e seu poder.
Para a sua reflexão:
1. Você já é um habitante dessa cidade santa? Seu lugar já está preparado nessa cidade?
2. Onde você tem colocado o seu coração? Na nova Jerusalém ou na grande Babilônia?
3. A qual igreja você pertence: à Noiva ou à grande Meretriz?
4. Qual é o seu destino: o paraíso ou o lago de fogo?
5. Para onde você está indo: para o Casa do Pai, onde o Cordeiro é a lâmpada eterna ou para as trevas exteriores?
6. Onde está o seu prazer: em servir a Deus ou deleitar-se no pecado?
7. Hoje é o dia da sua escolha, da sua decisão.
Escolha a vida para que você viva eternamente!
Que Deus nos ajude para conseguirmos chegar ao destino final que é os Céus , Amém!
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