sábado, 22 de outubro de 2011

As cinco coisas que teremos nos céus (Ap 21.1-27 – 22.1-5)

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
janio-estudosteolgicos.blogspot.com



Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.
Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo.

E exultarei por causa de Jerusalém, e folgarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor.
Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus;
porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem,
e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.

Eles edificarão casas e nelas habitarão;
plantarão vinhas e comerão o seu fruto.
Não edificarão para que outros habitem;
não plantarão para que outros comam;
porque a longevidade do meu povo será como a da árvore,
e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos.

Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles.

E será que antes que clamem, eu responderei;
estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
O lobo e o cordeiro pastarão juntos,
e o leão comerá palha como o boi;
pó será a comida da serpente.
Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, diz o Senhor (Is 65.17-25).

Vi novo céu e nova terra,
pois o primeiro céu e a primeira terra passaram,
e o mar já não existe.

Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,
ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
(Ap 21.1-8)

Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo:
Eis o tabernáculo de Deus com os homens.
Deus habitará com eles.
Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles.

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.

Eu, a quem tem sede darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.

Os textos deste estudo bíblico são visões do poder criador e transformador de Deus em ação, fazendo novas todas as coisas agora e no futuro. A passagem de Isaías tem a forma de uma palavra divina que afirma o poder transformador de Deus no universo e na história. Em resposta às lamentações e queixas da comunidade do após exílio em Israel (Isaías 63.15-64.12), Deus diz:

Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio, porque eis que eu crio para Jerusalém alegria e para o seu povo regozijo (Isaías 65.17-18).

Veja as cinco coisas que teremos nos céus

I. NO CÉU TEREMOS A RESTAURAÇÃO DO PRÓPRIO UNIVERSO – V. 1

1. A redenção alcançou todo o cosmos – v. 1

- A natureza escravizada pelo pecado (Rm 8.20,21), agora está completamente restaurada.

- Deus não cria um novo céu e uma nova terra, mas torna-os novo, como do nosso corpo, fará um novo corpo. Não é aniquilamento, mas renovação.

2. Não haverá mais nenhuma contaminação – v. 1

“E o mar não mais existirá”. Isso é um símbolo.

- Aqui o mar é o que separa. João foi banido para a Ilha de Patmos. Também o mar é o que contamina (Is 57.20). Do mar surgiu a besta que perseguiu a igreja.

- No novo céu e na nova terra não haverá mais rebelião, contaminação nem pecado.

II. O CÉU É CONHECIDO PELO QUE NÃO EXISTE LÁ – v. 4

1. No céu não haverá dor

- A dor é conseqüência do pecado.

- A dor física, moral, emocional, espiritual não vai entrar no céu.

- Não haverá mais sofrimento, enfermidade, defeito físico, cansaço, fadiga, depressão, traição.

2. No céu não haverá mais lágrima

- Não haverá choro nas ruas da nova Jerusalém.

- Este mundo é um vale de lágrimas. Muitas vezes alagamos o nosso leito com nossas lágrimas.

- Choramos por nós, pelos nossos filhos, pela nossa família, pela nossa igreja, pela nossa pátria.

- Entramos no mundo chorando e saímos dele com lágrimas.

- Mas Deus é quem vai enxugar nossas lágrimas. Não é auto-consolo.

3. No céu não haverá luto nem morte

- A morte foi lançada no lago de fogo (Ap 20.15).

- Ela não pode mais nos atingir. Fomos revestidos da imortalidade. Tragada foi a morte pela vitória.

- No céu não há vestes mortuárias, velórios, enterro, cemitério.

- No céu não há despedida.

- No céu não há separação, acidente, morte, adeus.

III. O CÉU É CONHECIDO POR QUEM VAI ESTAR LÁ – V. 2
1. A cidade santa, a nova Jerusalém, a noiva adornada para o seu esposo

- A igreja glorificada, composta de todos os remidos, de todos os lugares, de todos os tempos, comprada pelo sangue do Cordeiro, amada pelo Pai, selada pelo ES é a cidade santa, a nova Jerusalém em contraste com a grande Babilônia, a cidade do pecado.

- Ela é a noiva adornada para o seu esposo em contraste com a grande Meretriz.

- O Senhor só tem um povo, uma igreja, uma família, uma noiva, uma cidade santa.

2. Essa noiva foi adornada para o seu esposo

- O próprio noivo a purificou, a lavou, a adornou. Ela será apresentada igreja santa, nova pura, imaculada, sem defeito. A noiva amada, comprada, amparada, consolada, restaurada e glorificada.

3. Essa noiva vai estar no céu pela graça – v. 6,7

- Feito está! Deus já completou toda a obra da redenção (Jo 19.30; Ap 16.17; Ap 21.6).

- Os sedentos bebem de graça da água da vida.

- Todos os que têm sede podem saciar.

- Todos os que buscam encontram.

- Todos os que vêm a Cristo, ele os acolhe.

IV. O CÉU É CÉU PORQUE LÁ ESTAREMOS EM COMUNHÃO COM DEUS – V. 2,3,7

1. Porque a vida no céu será como uma festa de casamento que nunca termina – v. 2

- As bodas passavam por quatro fases:

1) O compromisso;

2) A Preparação;

3) A vinda do Noivo;

4) A festa. O céu é uma festa. Alegria, celebração, devoção.

- Deleitar-nos-emos em seu amor. Ele se alegrará em nós como o noivo se alegra da sua noiva. Esta festa nunca vai acabar.

2. Porque o céu será profundamente envolvido pela presença de Deus – v. 3

- O céu é céu porque Deus está presente. Depois que o véu do templo rasgou, Deus não habita mais no templo, mas na igreja.

- O Espírito Santo enche não o templo, mas os crentes.

- Agora somos santuário onde Deus habita.

- Veremos Cristo face a face. Vê-lo-emos como ele é. Ele vai morar conosco. Não vai mais haver separação entre nós e Deus.

- A glória do Senhor vai brilhar sobre nós.

3. Porque no céu teremos profunda comunhão com Deus – v. 3b

- Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus.

- Aqui caem as divisas não só do Israel étnico, como das denominações religiosas.

- Seremos a igreja, a noiva, a cidade santa, a família de Deus, povo de Deus.

4. Porque no céu desfrutaremos plenamente da nossa filiação – v. 7

- A igreja é a noiva do Cordeiro e a filha do Pai.

- Tomaremos posse da nossa herança incorruptível.

V. O CÉU É DESCRITO PELO FULGOR DA NOIVA, A NOVA JERUSALÉM – V. 9-27

1. A nova Jerusalém é bonita por fora, ele reflete a glória de Deus – v. 11

- Quando João tentou descrever a glória da cidade, a única coisa que pôde fazer foi falar em termos de pedras preciosas, como quando tentou descrever a presença de Deus no trono (4.3).

- A glória de Deus habita na igreja. Essa glória é indescritível, como indescritível é Deus.

- A igreja é bela por fora. Ela é como uma noiva adornada. Suas vestes são alvas.

2. A nova Jerusalém é bonita por dentro – v. 19,20

- Ninguém coloca pedras preciosas no fundamento. Mas no alicerce dessa cidade estão doze espécies de pedras preciosas.

- Há beleza, nobreza, riqueza e esplendor no seu interior.

- Não há coisa feia nem escondida dentro dessa igreja.

3. A nova Jerusalém é aberta a todos – v. 13,25

- A cidade tem 12 portas: ela tem portas para todos os lados.

- Isso fala da oportunidade abundante de entrar nesse glorioso e maravilhoso companheirismo com Deus.

- Venha de onde vier, as pessoas podem entrar.

- Os habitantes dessa cidade são aqueles que procedem de toda tribo, povo, língua e nação.

- São todos aqueles que foram comprados pelo sangue do Cordeiro.

- Não há preconceito nem acepção de pessoas. Todos podem vir: pobres e ricos; doutores e analfabetos; religiosos e ateus; homens e mulheres.

- A cidade é aberta a todos: Há portas para todos os lados.

- O noivo convida: Vem! A noiva convida: Vem! Quem tem sede recebe a água da vida.

4. A nova Jerusalém não é aberta a tudo – v. 8,12,27

- A cidade tem uma grande e alta muralha.

- Muralha fala de proteção, de segurança.

- Embora haja portas (v. 13) e portas abertas (v. 25), nem todos entrarão nessa cidade (v. 8,27).

- Embora as portas estejam abertas, em cada porta há um anjo (v. 12).

- Os pecadores inconversos não podem entrar no céu (v. 8) – O universalismo está errado.

- A idéia de que toda religião é boa e todo caminho leva a Deus é um engano.

- No céu só entrarão aqueles que se arrependeram de seus pecados, creram em Cristo e foram lavados em seu sangue.

- Só aqueles que têm o nome escrito no Livro da Vida podem entrar!

- O pecado não pode entrar na Nova Jerusalém (v.27) – Embora a igreja é aberta a todos, não é aberta a tudo.

- Muitas vezes, a igreja tem sido aberta a tudo e não a todos (Pedro e Jesus: Arreda stanás).

5. A nova Jerusalém está construída sobre o fundamento da Verdade – v. 14

- Esse símbolo fala da teologia da igreja.

- A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos.

- A igreja do céu está edificada sobre o fundamento dos apóstolos, sobre a verdade revelada, sobre as Escrituras.

6. A nova Jerusalém tem espaço para todos os remidos – v. 15-17

- A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais. A cidade tem doze mil estádios, ou seja, 2.200 Km de comprimento, de largura e de altura. Não existe nada parecido no planeta.

- É uma cidade que vai de São Paulo a Aracaju.

- Na Nova Jerusalém, a maior montanha da terra, o pico Everest, desaparece mais de 240 vezes.

- Essa cidade é um verdadeiro cosmos de glória e santidade.

- É óbvio que esses números representam a simetria, a perfeição, a vastidão e a totalidade da Nova Jerusalém.

- Não existem bairros ricos e pobres nessa cidade.

- Não existem casebres.

- Existem mansões, feitas não por mãos.

- Deus é o arquiteto e fundador dessa cidade.

7. A nova Jerusalém é lugar onde se vive em total integridade – v. 18,21b

- Não apenas a cidade é de ouro puro, mas a praça da cidade, o lugar central, onde as pessoas vivem é de ouro puro, como vidro transparente.

- Tudo ali vive na luz.

- Tudo está a descoberto. Nada escondido.

8. A nova Jerusalém é o lugar de plena comunhão com Deus – v. 22

- No Velho Testamento a presença de Deus estava no Tabernáculo, depois no Templo. Mas, agora, Deus habita na igreja.

- Na Nova Jerusalém não haverá templo, porque a igreja habitará em Deus e Deus habitará com a igreja. Isso é plena comunhão.

- A cidade será iluminada não mais pela luz do sol ou pela lua. A glória de Deus a iluminará.

9. A nova Jerusalém é o paraíso perdido, onde corre o rio da Vida – 22.1-2

- A Nova Jerusalém é uma cidade, um jardim, uma noiva.

- O jardim perdido no Éden é o jardim reconquistado no céu.

- Lá o homem foi impedido pelo pecado de comer a árvore da vida, aqui ele pode se alimentar da árvore da vida.

- Lá ele adoeceu pelo pecado, aqui ele é curado do pecado.

- Lá ele foi sentenciado à morte, aqui ele toma posse da vida eterna.

- No Jardim do Éden havia quatro rios. Nesse Jardim Celestial, há um único rio, o rio da Vida.

- Ele flui do trono de Deus.

- Ele simboliza a vida eterna, a salvação perfeita e gratuita, o dom da soberana graça de Deus.

- Por ele passa ele traz vida, cura e salvação.

10. A nova Jerusalém é onde está o trono de Deus – 22.3-5

- O trono fala da soberania e do governo de Deus. O Senhor governa sobre essa igreja.

- Na nova Jerusalém vamos ter propósito. “Os seus servos o servirão”. Nosso trabalho será deleitoso.

- Vamos servir àquele que nos serviu e deu sua vida por nós.

- Os salvos entrarão no descanso de Deus (Hb 4.9).

- Os salvos descansarão de suas fadigas (Ap 14.13), no porém do seu serviço.

- Na ova Jerusalém vamos ter intimidade com o Senhor. “Contemplarão a sua face”.

- O que mais ambicionamos no céu não são as ruas de ouro, os muros de jaspes luzentes, nem as mansões ornadas de pedras preciosas, mas contemplar a face de Jesus! O céu é intimidade com Deus.

- Na nova Jerusalém vamos reinar com Cristo eternamente – “e reinarão com ele para sempre”.

- Deus nos salvou não apenas para irmos para o céu, mas para reinarmos com ele no céu. Ele não apenas nos levará para a glória, mas também para o trono.

- Nós seremos não apenas servos no céu, mas reis.

- Cristo vai compartilhar com sua noiva sua glória, sua autoridade e seu poder.

Para a sua reflexão:

1. Você já é um habitante dessa cidade santa? Seu lugar já está preparado nessa cidade?

2. Onde você tem colocado o seu coração? Na nova Jerusalém ou na grande Babilônia?

3. A qual igreja você pertence: à Noiva ou à grande Meretriz?

4. Qual é o seu destino: o paraíso ou o lago de fogo?

5. Para onde você está indo: para o Casa do Pai, onde o Cordeiro é a lâmpada eterna ou para as trevas exteriores?

6. Onde está o seu prazer: em servir a Deus ou deleitar-se no pecado?

7. Hoje é o dia da sua escolha, da sua decisão.

Escolha a vida para que você viva eternamente!

Que Deus nos ajude para conseguirmos chegar ao destino final que é os Céus , Amém!

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