sábado, 22 de outubro de 2011

Já estou crucificado com Cristo

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
jsoliveiraconstrucao@bol.com.br




“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” ( Gl 2.19-20).

Uma alma deformada tem um caráter deformado. Isso produz a triste figura de um cristão que tem a vida dominada pelo inimigo. Uma pessoa assim, por ser negativa em suas emoções, vive acusando os outros.

Se irrita com tudo e com todos, se altera por pouca coisa, e só não se incomoda com os próprios erros. E, por fim, ela se recolhe ofendida a um canto, aborrecida… e o inferno dá gargalhadas, pois esse foi mais um que poderia ter sido usado maravilhosamente pelo Senhor, mas foi paralisado pelo inimigo.

Pessoas assim muitas vezes têm muitos dons e teriam condições de ser algo maravilhoso para o louvor da gloriosa graça de Deus. Mas em seus corações não existe mais espaço para outros.

Quanto mais esse caráter impulsionado pelas emoções estiver deformado, menor será seu raio de ação espiritual. Por isso, volte para o ponto de partida! Em outras palavras: volte para a posição de estar crucificado com Jesus.

Aquele que interiormente chegou à estaca zero tem espaço dentro de si para a total e completa vitória de Jesus. Aquele que leva a sério, até às últimas conseqüências, as palavras de Jesus:“Eis aí vos dei autoridade… sobre todo o poder do inimigo”, também tem vitória em todas as outras áreas.

O apóstolo Paulo, chamado por decreto do Altíssimo (At 9.16), na carta aos Gálatas 2.20, expressou todo seu sentimento ao Salvador, dizendo: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, e na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.

A vontade de Jesus Cristo sempre esteve e sempre estará em perfeita harmonia com a vontade do Espírito Santo e a vontade do Pai (Mt 6:10; Jo 4:34; Jo 10:30; 1 Jo 5:7). Dessa forma, Paulo nos afirma que o fato de Cristo viver nele implica na verdade de viver para fazer a vontade de Cristo.

A pergunta crucial nesse momento é: Você já foi crucificado com Cristo?
Se a resposta é sim, então você pode ter a plena certeza que irá percorrer o mesmo caminho que Cristo e estará no mesmo destino que Ele.

Se a resposta é não, então você tem em que pensar, e está tendo o momento para fazer sua decisão. Você pode fazer uma oração pedindo para que Jesus Cristo venha habitar em seu coração, e então, o Espírito Santo fará a obra em sua vida.

A segunda pergunta crucial, é para você que já foi crucificado com Cristo. Para você que já convidou Jesus para entrar em seu coração: Cristo está vivendo realmente em você?

Você está com uma vida de oração, sempre procurando a vontade do Pai, sempre buscando agradar o Espírito Santo que habita em você, dando-Lhe liberdade para agir e direcionar seus atos? Ou você tem mantido o Espírito Santo aprisionado em seu corpo de pecado, enclausurando-O numa prisão, detendo-O numa masmorra, impedindo que Ele se manifeste em sua vida, entristecendo-O com seus pecados, esquecendo-O completamente em seu dia-dia, e colocando um véu negro sobre a Luz que deveria brilhar em sua vida?

Lembre-se da segurança e convicção que o apóstolo Paulo demonstrou ao afirmar: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Fp 1:21). Paulo afirma com a mais absoluta certeza que se viesse a morrer estaria tendo lucro, sairia na vantagem. Mas por que morrer seria lucro? Porque ele sabia para onde iria.

Ele tinha confiança plena nas promessas de Deus. Ele desejava que Jesus viesse a qualquer momento, e esse desejo era ardente e contínuo. Por isso sabia que seria galardoado (2 Tm 4:8). Paulo sabia que se partisse dessa terra ele não apenas receberia galardões, mas estaria face a face com seu Salvador.

Finalmente iria abraçar Jesus, iria tocar em Jesus, iria beijar Jesus, estaria com Jesus por toda a eternidade. Paulo desejava isso ardentemente, porque deixou que o Espírito Santo tivesse plena liberdade para agir em sua vida.

O que fora ratificado no capitulo 5.24 da mesma carta, onde a palavra revela que, os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências, no que vem a sustentação em Romanos 6.4-6, onde a palavra exorta: De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto: que o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. E no Evangelho de Marcos 8.34, Jesus, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.

E os que trazem o rótulo de crente precisam acorda para a ordenança do Senhor Jesus, o qual preceituou: Negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Esta é a ordenança do Senhor, negar-se a si mesmo e cumprir em vosso corpo mortal o resto das suas aflições, porque Ele nos encorajou dizendo: Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.

Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós (Mt 5.11,12).

E a primeira carta de Pedro 4.13, diz: Assim também, deveis vos alegrar no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis com Ele.

E Fp 4.6,7 relata: Não estejais inquietos por coisa alguma, antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de Graça, e a paz de Deus que excede a todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo.

O LEGADO DOS HOMENS SANTOS DE DEUS

Os homens santos de Deus nos deixaram exemplos e verdadeiros testemunhos de fé, coragem e amor ao Santo nome do Senhor Jesus, porque verdadeiramente estavam debaixo da cruz de Cristo, cumprindo o resto das aflições do nosso Salvador, para que também, nós os imitamos em todo bom modo de viver em Cristo Jesus, o qual, por amor ao homem, ainda que pecador, entregou a si mesmo em sacrifício vivo, para libertá-lo do pecado e da morte.

Estevão, servo do Altíssimo, cheio de fé e unção do Espírito Santo, viu o Céu aberto, e o Filho à direita do Pai, por isso não temeu e nem recuou padecer até a morte, porque trazia consigo a certeza da recompensa da salvação e da glória futura.

O livro de Atos 5.40, 41, narra que os apóstolos, após prisões e açoites, regozijavam em Cristo, por terem sidos julgados dignos de padecer pelo seu nome.

Paulo e Silas sendo agredidos com muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança, os lançou no cárcere interior e lhes acorrentou também os pés no tronco. Perto da meia-noite, oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.

Uma pausa para refletirmos na profundidade da fé desses homens de Deus. Depois dos açoites, e no cárcere, com os pés acorrentados, sem saber o que ainda havia de lhes suceder, não se deixaram abater, antes se alegraram, cantavam e glorificavam o nome do Senhor.

E, de repente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.

E anunciaram a Jesus ao carcereiro e sua família, e na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa (Ato 16.22-34).

A Palavra narra ainda que sendo revelado a Paulo que ao chegar em Jerusalém seria preso e entregue nas mãos dos gentios, os seus seguidores começaram a implorar para que não fosse a aquela cidade, mas Paulo, cheio do Espírito Santo de Deus, lhes respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser preso, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus (Atos 21.10-14).

E o capítulo 12 do livro de Atos conta que naquele mesmo tempo, o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para maltratá-los; e matou a espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro.

E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.

E, nessa mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, preso com duas correntes, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e o livrou do cárcere, porque a igreja fazia contínua oração por ele, a Deus, enquanto estava guardado na prisão.

Esses foram apenas alguns dos inúmeros episódios envolvendo os homens santos de Deus, e a palavra registra esses acontecimentos para que não desfalecemos nas tribulações, e para que se confirme a palavra do Senhor Jesus, o qual disse: Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (João 16.31).

E você meu amado irmão, que também é compromissado com o Evangelho de Cristo, está preparado para fazer a obra do Senhor conforme o legado dos Apóstolos e a ordenança da palavra para imitá-los (I Co 11.1, Efésios 5.1), ou é um dos que anunciam apenas o evangelho da prosperidade, o qual arruína a verdade bíblica, entretanto, prioriza a prosperidade material, pregando que Jesus veio ao mundo para que o crente sendo fiel nos dízimos e ofertas tem o direito perante a Deus em viver uma vida regada de mordomia, com bom emprego, moradia de alto padrão, carros novos, imune as enfermidades, resguardado aos desajustes sociais e familiar, enfim, viver o paraíso aqui na terra mesmo, confrontando a palavra do Senhor Jesus o qual declarou: No mundo tereis aflições(Jo 16.33).

Porquanto, aconselhamos aos irmãos a não acreditar na palavra do homem, mas examinar tudo e buscar a confirmação na palavra do Senhor, no Novo Testamento, o qual foi escrito com o sangue do Senhor Jesus Cristo (Mt 26.28), porque os que estão crucificados com Cristo guardam os seus mandamentos e procuram fazer a sua vontade, e não andam por aí buscando o alheio e falsificando a palavra de Deus.

Porque o maior tesouro para os que esperam pela vinda de Cristo não está no presente século (o mundo não tem nada a oferecer para o povo de Deus), mas nos dias vindouros, na esperança de viver eternamente com Jesus Cristo e os seus santos anjos, na Nova Jerusalém, uma cidade edificada toda em ouro e tomada pela glória do Deus Pai, num lugar onde não haverá mais morte, nem pranto, nem dor, e nem clamor, porque as primeiras coisas já se passaram.

A CONFIANÇA EM DEUS E A RENÚNCIA ÀS COISAS MATERIAS Paulo disse: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo: E se imitarmos a Paulo, estamos imitando a Cristo, porque ele foi um autêntico imitador do nosso Salvador, em toda sua boa maneira de viver, o qual deixou o seu testemunho, assim descrito:

Já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.

Posso todas as coisas naquele que me fortalece. E o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fp 4.11-13, 19).

Porque se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.31-39).

Disse Jesus: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

E por esse feito, por parte do Pai e do Filho, não há razão alguma para se desesperar diante das tribulações.

Jesus, pelo seu próprio sangue venceu o mundo na cruz do calvário, levou sobre si as nossas dores, porque o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Ele ainda nos encoraja a confiar nele, e chama para si toda responsabilidade de nos dar a paz, dizendo: vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei (Mt 11.28).

Portanto amados, não há nada a temer, porque a palavra do Senhor na primeira carta aos Coríntios 10.13 nos fortalece espiritualmente para que sejamos confiantes, porque assim está escrito:Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

Porém, os que são de Cristo, renunciam o pecado e a obra da carne, porque com Ele estão crucificados, e trazem sobre si o testemunho de fé, humildade e amor ao Pai acima de todas as coisas, e também amam ao próximo, como a si mesmo.

Andam como Ele andou, e deixou em si mesmo o maior testemunho de humildade, bondade e santidade, para que o imitamos em sua perfeição.

Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus, amém!

O silêncio de Deus

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
http://estudosbiblicosdesantificaao.blogspot.com




Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio (Lm 3.26)

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus a Paz do Senhor.

Nesta Matéria estaremos enfocando a vida de dois personagens bíblicos que se submeteram ao silêncio de Deus, que foram Jó e Habacuque, mas, que finalmente Deus lhes deu a vitória. Vamos acompanhar.

Quando alguém se silencia é porque alguma coisa aconteceu, será que Deus pode ficar em silêncio será que o silêncio de Deus não quer dizer algo para nós?

1. Quando você tem orado muito - e não tem uma resposta isso é silêncio de Deus ( Note bem o silêncio não é sintoma de que Ele não está vendo 2 Cr 16.9 , Pv 15.3 , Hb 4.13 )
Às vezes derramamos nossa vida em pranto e Ele se cala A resposta não chega.

2. Quando você é provado - na moinha é duro de entender o silenciar de Deus, sofrimento, desespero, lutas que parece não ter fim e Deus em silêncio, você pergunta Ele não responde faz SILÊNCIO

Seu Silêncio dói

Seu Silêncio prova

Seu Silêncio machuca

Seu Silêncio traz angústia

Seu Silêncio fere

Mas então o que fazer?

1. Entender que até no silêncio Ele está trabalhando ( Is 64.4 )

2. Ter confiança e fé que Ele está em silêncio, mas está do teu lado ( Mt 28.20 ) e jamais vai deixar você perecer

3. Descansar no silêncio - I Pe 5.7

Para tudo tem um fim

Para tudo tem um novo começo

Para tudo há solução

Para tudo tem um tempo

Entenda uma coisa as vezes é no silêncio que se chegamos mais a Deus.

Ás vezes as palavras só atrapalham. A Bíblia diz em Jó 2:13 “E ficaram sentados com ele na terra sete dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.”

Em silêncio podemos mostrar respeito a Deus. A Bíblia diz em Sl 46:10 “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.” O silêncio é parte da reverência. A Bíblia diz em Hb 2:20 “Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra; cale-se diante dele toda a terra.”

Deus passeava pelo jardim à tardinha. Era possível ouvir sua voz. Ele gostava de conversar com o homem e com a mulher. Mas hoje é distância, é separação, hoje impera o silêncio.

Nunca mais Deus se comunicou com tanta liberdade assim com as pessoas. Talvez Moisés seja quem mais chegou perto do que Adão e Eva experimentaram. Ele ouvia diretamente a voz de Deus e até viu sua canela uma vez.

Os profetas no Antigo Testamento ouviram de Deus apenas as revelações e direções para a vida do povo hebreu. Já não era um bate-papo de amizade.

Com o Pentecostes — e todo o movimento pentecostal dos nossos dias — as pessoas podem experimentar ouvir a voz de Deus, às vezes no seu interior por meio do Espírito Santo, às vezes em “voz audível” como relatam alguns cristãos. Eu não duvido de nada, até porque eu sei bem do que eu já vivi.

Mas por que será que nunca mais foi como no Éden? Por que se instalou o silêncio de Deus?

Misteriosa coisa é o silêncio de Deus.
Por vezes tantas estranhamos os motivos pelos quais Deus não reage à fúria dos violentos, à arrogância dos opressores, à ganância dos corruptos.

Até quando - indagamos perplexos - os ímpios, do alto da sua soberba, continuarão a zombar os fracos, a ridicularizar a justiça e a alardear aos quatro cantos: "nada me abalará, desgraça alguma me atingirá, nem a mim nem aos meus descendentes"?
Por que Deus permanece em silêncio? Por que não responde à oração dos aflitos?

O salmista fêz a si mesmo perguntas idênticas. E só encontrou uma resposta: é preciso continuar confiando no Amor e na Justiça de Deus, ainda que não se manifestem quando queremos ou esperamos. Continuar confiando que o Senhor não se esquece dos necessitados ouve a súplica dos oprimidos, reanima e atende aqueles que clamam por justiça.

A resposta divina virá. Nenhum opressor permanecerá seguro em sua torre. Porque a mão de Deus é mais forte e poderoso do que qualquer fortaleza humana.
Melhor é, pois, buscarmos refúgio na fortaleza divina.

Ah Deus. Mais uma vez eu venho diante de Ti. Deus, o Senhor sabe há quanto tempo tenho esperado respostas que venham de Ti.

O Senhor sabe que tenho confiado e aguardado por Ti. Mas Deus, porque o Senhor continua em silêncio? Porque o Senhor não me responde? Eu preciso tanto de respostas e o Senhor insiste em continuar em silêncio. Por quê?

Você já deve ter feito uma oração assim a Deus, talvez não exatamente a mesma, mas pelo menos uma parecida. A nossa tendência, como humanos é questionar a Deus.
Questionar a Sua sabedoria, o Seu tempo e o Seu silêncio.

Em meio à lágrimas, dores, inquietações, angústia, clamamos a Deus por resposta. Mas Ele permanece em silêncio.

Eu sei de alguém que fez essa oração. Alguém que não agüentava mais o silêncio de Deus. Alguém que não entendia o porquê de tanto sofrimento, de tanta dor, de tanta angústia.

I. Deus fica em silêncio com o Patriarca Jó.

"Eu ainda estou revoltado e me queixo de Deus; não posso parar de gemer. Gostaria de saber onde encontrá-lo; gostaria de ir até o lugar onde ele está para levar a ele a minha causa e apresentar todas as razões que tenho a meu favor." Jó 23:1 e 2

Muitas vezes, nos sentimos como Jó. Revoltados. Cansados. Achando que não merecemos passar pelo que estamos passando. Somos "bons" demais para tal situação. E queremos levar uma lista de queixas diante de Deus. Gostaríamos de perguntar-Lhe o porquê dessa situação? Por quê?

E ai vem duas grandes lições. Primeiro, a resposta do amigo de Jó:

“Mas eu lhe digo que você não tem razão, pois Deus é maior do que as criaturas humanas. Por que você acusa Deus, afirmando que ele não dá atenção às nossas queixas? Deus fala de várias maneiras, porém nós não lhe damos atenção.” Jó 33:12-14

E como fala! Ele fala de várias maneiras! Deus usa a Palavra dEle para falar com você. De diversas formas. Ele usa pessoas ao seu redor para falar com você. Ele usa seu pastor, seus líderes, Ele usa músicas, sua família e se tudo isso não bastar, Ele sempre vai achar uma forma de falar ao seu coração.

"Antigamente, por meio dos profetas, Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos antepassados, mas, nestes últimos tempos ele nos falou por meio do seu Filho. Foi ele quem Deus escolheu para possuir todas as coisas e foi por meio dele que Deus criou o Universo." (Hb 1.1 , 2)

- Deus sempre fala, mas muitas vezes somos nós que não queremos ouvir. Não Lhe damos atenção, como diz o versículo. Sabe por quê? Porque Ele não nos dá a resposta que queremos ouvir, e continuamos achando que Ele não fala.

- Deus fala mesmo no silêncio. Quando você acha que Deus não te ouve; você já cansou de chegar até Ele e parece que Ele está tão distante. Ele está falando.

E no silêncio de Deus, Ele pode estar te falando duas coisas: -Espere, aguarde, confie, descansem Mim. Ou - Você pode estar em algum pecado. E Ele até ta te mostrando isso, mas você finge que não vê. Ele está esperando que você corra até Ele para pedir perdão e verdadeiramente se arrepender.
O que aconteceu com Jó então?

"O Senhor disse-lhe: Notaste o meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra: íntegro, reto, temente a Deus, afastado do mal." Jó 1: 8
"Jó não cometeu pecado algum..." Jó 1:22
Notamos pelo contexto, que ele não estava em pecado nenhum. E as desgraças sobre a sua vida já começam a acontecer no capítulo 1. Então porque o silêncio de Deus? Deus só responde a Jó 37 capítulos depois. No capítulo 38. E é aqui que tiramos a nossa segunda lição.

Quando Deus, em meio a uma tempestade responde a Jó, sabe o que Ele responde? Deus não responde assim: - Olha Jó, isso aconteceu com você porque… por causa disso e disso.
Não.

“As suas palavras só mostram a sua ignorância; quem é você para pôr em dúvida a minha sabedoria? Mostre agora que é valente e responda às perguntas que lhe vou fazer. Onde é que você estava quando criei o mundo? Se você é tão inteligente, explique isso.

Você sabe quem resolveu qual seria o tamanho do mundo e quem foi que fez as medições? Em cima de que estão firmadas as colunas que sustentam a terra? Quem foi que assentou a pedra principal do alicerce do mundo?

Na manhã da criação, as estrelas cantavam em coro, e os servidores celestiais soltavam gritos de alegria. Quando o Mar jorrou do ventre da terra, quem foi que fechou os portões para segurá-lo? Fui eu que cobri o Mar com as nuvens e o envolvi com a escuridão.

Marquei os seus limites e fechei com trancas as suas portas. E eu lhe disse: "Você chegará até este ponto e daqui não passará. As suas altas ondas pararão aqui." Jó, alguma vez na sua vida você ordenou que viesse a madrugada e assim começasse um novo dia? Jó 38: 2-12 (E sugiro a leitura do restante do capítulo, que só nos mostra o maravilhoso poder de Deus.)

Não temos o direito de questionar a Deus. Não temos o direito de questionar a Sua sabedoria, o Seu poder e o Seu tempo. Não temos o direito de questionar sobre a forma como Ele age. Apenas temos o dever de ficar quietos.

E no fim de tudo isso, Jó aprendeu a sua lição. E nos deixa uma das declarações mais lindas de toda a Bíblia.
Declaração esta, que deveria ser a de todo cristão.

"Antes eu Te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos." Jó 42:5

II. Habacuque fica à espera de respostas

"Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza, e vigiarei para ver o que Deus me dirá, e que resposta eu terei à minha queixa " (Hb 2.1)
Habacuque foi um homem de muitas perguntas. Fez muito mais perguntas do que obteve respostas.

E mais: ele viveu num tempo no qual questões eram realidades que floresciam na alma humana como a erva no campo depois de uma noite de chuva. Isso porque no tempo da perplexidade a alma produz mais perguntas do que respostas.

Pergunta é uma incontrolável coceira que dá na alma em tempo de agonias sem solução. A coceira da pergunta é comichão incontrolável que se nega a parar de coçar enquanto o nervo mais sensível da alma ainda não está exposto. Habacuque estava com essa comichão existencial.

O Deus que não responde as orações
Primeiramente Habacuque queria saber o "por que" de suas orações não estarem sendo respondidas. Ele orava pelo país e buscava em Deus uma solução para a situação de calamidade na qual a nação se encontrava, mas Deus não lhe dizia nada:

"Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei; violência! e não salvarás?"

Poucas coisas são mais angustiantes do que orações não respondidas. Às vezes a gente chega a pensar que é melhor deixar de orar do que orar correndo o risco de não ser respondido.

Orar é profundamente comprometedor pelo simples fato de que coloca em cheque nossa fé em Deus. Isso porque quando Deus não responde nos vemos obrigados a arranjar uma resposta para o silêncio de Deus. Dessa forma, para muitos ao invés da opção pela oração é melhor qualquer outra opção na qual nem eles nem Deus sejam checados diante do silêncio divino.

Assim eles evitam terem que achar uma resposta ao silêncio de Deus e evitam a tentação de raiva de Deus. Esta é também a razão por que os cristãos que desistem de esperar em Deus, decidem que eles mesmos são, através de seus atos políticos, as respostas do homem ao silêncio de Deus na história.

Saber disso deveria nos levar a uma avaliação do projeto político da maioria dos cristãos em volta de nós, a fim de sabermos se a resposta política deles à realidade que os circunda, é um ato de revolta diante da demora de Deus ou uma sadia expressão de fé no Deus da história. Qualquer das duas situações é possível.

Em minha maneira de ver, a maioria daqueles que estimulam A Igreja à ação política como prioridade sobre as outras dimensões da vida, são pessoas que não oram e não esperam mais em Deus na perspectiva da mais profunda expressão de MARANATA: Ora vem Senhor Jesus. Digo isso porque observo atônito a morte da fé no Deus que age na história independentemente das "mediações políticas humanas".

Verifico tal realidade através do desaparecimento quase total do desejo de orar na vida da maioria daqueles que vivem a política como expressão máxima do poder humano de fazer história. Quando a oração não está presente é porque de fato já não cremos no Deus que intervém; cremos apenas nas intervenções do homem.

Habacuque não partiu para a ação que prescinde da oração: Habacuque correu o risco de ter como resposta à sua oração o ensurdecedor silêncio de Deus. Mas tal situação pode fazer o intercessor cair em profunda agonia de alma caso Deus não responda logo.

O Deus que não intervém

Esse sentimento de se sentir um intercessor mal-sucedido levou Habacuque a perguntar a Deus qual era o propósito que Ele tinha em mente quando revelava a tremenda contradição existente entre o Seu caráter santo e a pecaminosidade da sociedade (1.3,4).

Isso porque a revelação de Deus parecia não corresponder à intervenção de Deus na história concreta. Em outras palavras: Habacuque diz que havia muita Palavra de Deus e pouca ação de Deus na história.

"Por que me mostras a iniqüidade, e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim: há contenda, e o litígio se suscita. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta: porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida." (3, 4.)

A pergunta - resposta-acusação do profeta parece indicar que ele queria um Deus que "revelasse" menos e "agisse" mais. Ou pelo menos que ele queria uma teologia mais horizontal, mais concreta, mais prática em seus resultados.

A tentação de Habacuque era agir em nome de Deus na certeza de que quando Deus não fala é a vez do homem falar, e quando Deus não age é a vez do homem agir. Mas isso parece bastante diferente da afirmação de Moisés quando disse que se Deus não fosse com ele e com o povo, que ele preferia não sair do lugar.

Moisés valorizava mais a presença de Deus do que ações em nome de Deus. Moisés sabia que não há ações de Deus que sejam sempre as mesmas. Dessa forma, a presença de Deus é que é indispensável, a fim de evidenciar ao povo de Deus se este conta ou não com a parceria divina na caminhada.

Uma olhada simples no cenário evangélico que nos circunda me leva a afirmar que muito do nosso ativismo profético-político não tem quase nada de preocupação relacionada se Deus está junto ou não na ação feita por nós em Seu nome.

Afinal, nem os mais esclarecidos e ilustrados cristãos estão livres do terrível equívoco de pensar que tudo que eles falam em nome de Deus tem li chancela de Deus. Esse era também o equívoco dos falsos profetas.

Eles falavam em nome de Deus e por isso pensavam que aquela teologia que eles tinham "produzido", era a própria Palavra de Deus. Mas Deus não fala sempre que falamos em nome d’Ele.

E nem se revela sempre que produzimos teologias. E não há nenhuma causa que seja sempre a causa de Deus. Eu nunca tenho a garantia de que estou falando em nome de Deus apenas porque a causa que eu estou defendendo hoje foi um dia a causa que Deus defendeu.

O Deus que nem sempre defende as mesmas causas

Deus nem sempre defende as mesmas causas. No Egito Deus estava interessado em libertar um povo; Israel. Mas na campanha militar de Josué em Canaã não há dúvida de que Deus estava agindo na perspectiva de eliminar alguns povos: os jubuseus, os herzeus.

Qualquer leitura despreconceituosa da Bíblia nos põe cara a cara com essa terrível e repugnante verdade: Deus nem sempre defende as mesmas causas.

Nunca vemos Deus a priori comprometido com uma causa. Deus nem sempre é visto fazendo justiça de acordo com nossos padrões de direito.

Ele é sempre visto realizando justiça de acordo com Sua santidade. E isso é totalmente estranho ao nosso senso de justiça na modernidade, porque nosso senso de justiça não se baseia no caráter do Deus santo, mas fundamenta-se na declaração dos direitos humanos.

Para nós, hoje em dia, a coisa mais preciosa na existência é a vida humana. Já a leitura do Decálogo nos mostra que o referencia! De julgamento divino tem duas dimensões: horizontal e vertical.

Na perspectiva vertical se diz que Deus requer ser visto como o Único Deus, o que implica em que a idolatria não é admitida e em que Deus tem que ser o único objeto do nosso culto. Esta última é a idéia implícita no mandamento do sábado.

Na perspectiva horizontal. Deus estabelece o respeito pelos direitos do homem também como expressão do Seu mais profundo desejo para a vida: honrar pai e mãe, não matar, não adulterar, não roubar, não dar falso testemunho, não cobiçar o que é do próximo.

Por causa dessa dupla dimensão (vertical e horizontal) da justiça de Deus que temos que entender que a vida humana não é um fim em si mesma.

O ser humano foi criado para Deus e para ser o reflexo da santidade e da graça do Criador. Assim a finalidade do ser humano não é a liberdade e nem a libertação. A finalidade humano é ser em e para Deus à medida que vive também em amor e respeito para com seu próximo.

Ora, tudo que estamos dizendo tem ainda relação com minha afirmação de que Deus nem sempre defende as mesmas causas na história. E como eu não estou certo de ter sido compreendido, vou tentar dar mais um exemplo.

Quando Jeremias disse aos profetas nacionalistas de Israel que não profetizassem libertação para o povo (conceito esse amplamente defendido pelos profetas em outras ocasiões) - ele entendia que o opressor poderia ser um instrumento de Deus para trazer juízo -, os falsos profetas consideraram-no um traidor do povo, vendido ao opressor e inimigo do sonho de libertação de Israel.

Mas Jeremias sabia que conquanto Israel estivesse sendo oprimido pelos babilônios, Deus não estava apenas preocupado com a realidade de Israel como povo oprimido. Deus também estava preocupado com a realidade de Israel como povo id6latra.

E parece, a julgar pela hist6ria, que Deus estava mais interessado em curar Israel do estado de idolatria, a poupar Israel de ser oprimido. Foi o exílio que curou a doença idolátrica de Israel.

Tudo isso serve para nos mostrar que nós vivemos num mundo ainda mais ambíguo do que imaginamos. Isso porque além das naturais ambigüidades da vida. Ainda há aquelas relacionadas à vontade de Deus.

Deus têm planos e projetos que extrapolam todas as nossas certezas políticas e que, muitas vezes, transcendem nosso bom senso e normas de conduta. Apenas para tornar o que estou dizendo um pouco mais claro.

Pense o seguinte; se fôssemos julgar a situação de Jeremias hoje, sem sabermos que Jeremias era Jeremias e os falsos profetas os falsos profetas, quem seriam, em sua opinião, os que estariam falando a Palavra de Deus? Obviamente que julgarmos pela nossa tendência sempre nacionalista e poética de certas perspectivas libertacionistas que se tornaram sagradamente inquestionáveis em nosso meio, que Jeremias seria julgado como traidor e os falsos profetas seriam os homens de Deus comprometidos com as causas populares daqueles dias.

Esse exemplo entre inúmeros outros na Escritura, serve para nos mostrar que não há regras ou fórmulas teológicas para serem aplicadas ao silêncio de Deus. Quando Deus não me falou o melhor que faço é estar calado.

Ou então ter coragem de falar apenas em meu próprio nome. No silêncio de Deus é melhor falar como ateu sensato do que como um profeta devoto que põe na boca de Deus lindas palavras que Ele não disse.

No silêncio de Deus o homem tem total direito à palavra. Mas tal direito deve ser exercido em nome do homem. Correndo tal pessoa o risco de ser julgada pela história como homem. O problema é quando no silêncio de Deus falamos em nome d‘Ele, ainda que digamos o melhor das nossas sistematizações teológicas.

Nossas generalidades de sabedoria teológica não podem ser aplicadas em nome de Deus, da Bíblia, da Igreja ou da fé à especificidades de situações totalmente novas. Em tais casos o melhor a fazer é falar apenas como homem que sonha e ousa ter opinião.

Deixando de lado todos os possíveis elementos de vinculação entre aquilo que digo e Deus. Mesmo as nossas melhores exegeses da Bíblia não nos ajudam quando nos defrontamos com tais situações. Como discernir, por exemplo, em nome de Deus e da Bíblia, em quem votar nas eleições presidenciais? Eu realmente não sei.

Sei como fazer isso em nome do homem, mas tenho muita dificuldade de sugerir qualquer coisa em nome de Deus, da Igreja ou da fé neste particular. Isso porque a Palavra de Deus é tão dinâmica como são as mudanças reais na sociedade em volta de nós.

O que Deus disse a um profeta ontem pode não ser o que Deus diria hoje a mim, apesar de as circunstâncias parecerem idênticas. É por isso que toda ação política em nome de Deus - seja de direita, esquerda ou centro - corre sempre o risco de ser o resultado de ações proféticas sem a Palavra de Deus.

Desse ponto em diante, Habacuque passa a confrontar as "incoerências de Deus". E a aflição filosófica básica que o assola é a mesma que o leva a perguntar como um Deus santo pode conviver tão "pacientemente" com o pecado:

"Não és tu desde a eternidade, Ó Senhor meu Deus, o meu Santo?.. Por que... tolera os que procedem perfidamente, e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?" (1.12,13.)

Mais uma vez o silêncio de Deus conduz Habacuque a exigir de Deus respostas práticas na história.

Afinal, Deus tem que servir para alguma coisa. Desde sempre que se tem em mente a idéia de que a fé tem que ter implicações práticas na história. Eu creio que a Bíblia nos autoriza a crer nisto.

No entanto, o problema básico é que nem sempre nós estamos dispostos a aceitar as imprevisíveis ações e instrumentos de Deus na história. Nós estamos quase sempre condicionados ideologicamente quando tentamos ler nos horizontes da história os sinais da ação de Deus. Por isso só aceitamos um tipo de sinal de Deus.

O sinal que tem congruência com a ideologia que nós a priori abraçamos. É por isso que mesmo é ideologicamente julgado por nós quando Ele responde. Então, se a resposta divina não "bate" com nossa opção ideológica nó preferimos continuar pensando que Deus ainda não respondeu.

Ele respondeu, mas Sua resposta foi ideologicamente censurada por nós. Este é o caso de Habacuque. Ele faz uma pergunta a Deus. Deus responde. Mas a resposta de Deus era inaceitável do ponto de vista ideológico. Se não, vejamos:

"Pois eis que suscito os caldeus (o opressor como instrumento de cura e libertação do pecado e idolatria) nação amarga e impetuosa, que marcha pela largura da terra, para apoderar-se de moradas não suas (imperialismo expansionista).

Ela é pavorosa e terrível, cria ela mesma o seu direito e a sua dignidade... (super-potência auto-colocada acima da ética).

"Eles todos vêm para fazer violência (agressor e invasor); os seus rastos suspiram por seguir avante {expansionismo}; eles reúnem os cativos como areia (exploradores}.

"Eles escarnecem dos reis, os príncipes são objeto do seu riso; riem-se de todas as fortalezas, porque, amontoando terra, as tomam." (1.5-10.)

Ora, é verdade que Deus sempre julga o opressor como prometera a Habacuque: "Fazem-se culpados esses, cujo poder é seu deus." (1.11).

No entanto, Deus estava respondendo à oração de Habacuque e o profeta não estava conseguindo enxergar os sinais da ação-resposta de Deus na história, pelo fato de que ele estava ideologicamente condicionado a ver no seu povo oprimido sempre uma vítima do domínio dos caldeus.

Deus é realmente Deus?

Neste momento de conflito Habacuque passa do questionamento que pergunta a Deus a razão de Sua divina passividade e começa a pensar que o problema de Deus não é passividade, mas atividade impensada, o que em Deus seria perversidade, já que alguém que seja Deus não é capaz do impensado. O impensado é perverso em Deus:

"Por que fazem os homens como os peixes do mar, como os répteis que não têm quem os governe?" (1.14.)

A conclusão a que Habacuque estava chegando era que o mal social e o estado de desgoverno do país eram da inteira responsabilidade divina.

A final fora Ele aquele que fizera os seres humanos como os peixes e os répteis: sem ter quem os governe. A revolta contra Deus começa a ficar mais explícita. A queixa do profeta torna-se mais objetiva. Cada vez mais ele intima os céus a dar urna resposta.

Até esse ponto parece que o que se observa é um emaranhado gradual de Habacuque num cipoal de questões sem resposta e que cada vez mais o dirigem para um questionamento radical da Realidade de Deus.

Em outras palavras: Habacuque parece estar na iminência de perguntar se Deus é realmente o Deus que ele pensara que Deus fosse.

O profeta parecia estar na iminência de fazer mais uma pergunta a Deus. Mas é justamente ai que somos enganados completamente pela reação da alma diante dos grandes dilemas filosóficos.

Ao invés de dizer "chega de Deus", Habacuque diz: "Eu quero Deus." Então ele afirma:

"Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza, e vigiarei para ver o que Deus me dirá, e que resposta eu terei à minha queixa. " (2.1.)
Fé - A Descoberta Revolucionária

Essa é a diferença essencial entre o ateu revoltado e o crente perplexo e confuso. O ateu declara seu ódio a Deus pela negação que o faz auto-excluir-se de Deus.

Já o crente perplexo se queixa de Deus a Deus. Ou seja, quando ele se queixa de Deus a Deus ele está, ainda assim, "confessando" a Deus como existente. Ele confessa que o Deus do qual ele se quebra é também o Deus ao qual ele se queixa.

É por isso que na alma daquele que um dia provou Deus como realidade-realidade e não como realidade-conceito, a angústia, ao invés de emudecer, faz orar. E isso nos remete outra vez para o tema da oração.

É minha particular convicção que só estão aptos para o enfrentamento da realidade de dor que rodeia a vida humana aqueles que mesmo desejando blasfemar vêem-se surpreendidos pela resposta da alma, que no caminho da queixa-blasfêmia faz da queixa uma prece e da blasfêmia uma declaração de fé no Deus que ouve.

Habacuque então vai para a torre da oração e da perplexidade espera por Deus. Não se diz de quanto tempo foi o "atraso" divino. De repente Deus falou. O profeta então diz:

"O Senhor me respondeu, e disse: o justo viverá pela fé." (2.4.)

Do ponto de vista filosófico nada podia ser mais frustrante do que essa encenação de Deus para no fim dar uma resposta tão simplista. Hoje em dia tal resposta seria idiota Dir-se-ia: "Tal resposta é evasiva.

Não gera as condições de enfrentamento das forças opressoras da história. Cria uma esperança histórica. Não passa necessariamente pelo inexorável caminho da opção política. “É, portanto, ingênua demais para fazer frente às complexidades sociais, políticas e econômicas da história”.

Deus disse: "Escreve a visão... grava em tábuas... a visão está para cumprir se... não falhará. ... "Aí então vem a resposta: "O justo viverá pela fé..”.

No entanto, essa foi a "descoberta" mais revolucionária da história!

Desse ponto em diante aprende-se que Deus não existe para o ser humano. É o ser humano que existe para Deus. E, sendo assim, Deus reserva para si o direito de ser Deus, cabendo a nós o direito de crer n‘Ele.

Habacuque nos ensina que nossa fé em Deus é fé para nada, é apenas fé para viver. Não é fé para conseguir. É fé para ser.

A fé adulta e que nos faz viver não é aquela que se baseia em argumentos muito bem fundamentados sobre quem é Deus, mas é a fé daqueles que conhecem a Deus e que estão dispostos a servi-lo em troca de nada.

É a fé daqueles cuja recompensa na vida está em que lhes foi dado crer.

Essa fé não ajudou Abraão a entender quais eram as razões de Deus quando o ordenou que imolasse seu filho Isaque sobre o altar.

Mas foi essa fé que o levou a levantar-se de madrugada, a pegar o menino, o cutelo, a lenha e o fogo e a partir para Moriá.

Tal fé serve a Deus por nada. Serve a Deus apenas por Deus. E é essa fé que se constitui na maior resposta quando o nosso mundo está como o mundo de Habacuque: caótico e idiota.

Essa fé faz o justo. Essa fé justifica o justo. Essa fé crê apesar do apesar mais pesaroso.

Desse ponto em diante Habacuque estava liberto do cipoal de perplexidades no qual se enrolara. As certezas sobre a justiça de Deus voltaram à sua mente, ainda que sem qualquer agenda detalhada respeito dos acontecimentos.

No entanto, não havia mais qualquer dúvida de que os caldeus receberiam de Deus a sua própria medida de julgamento (2.6-20).

Mas na atual conjuntura Habacuque via-se pronto para esperar a chegada de tal dia sem nenhum sentimento semelhante àqueles que anteriormente o haviam possuído.

Habacuque decidira que em qualquer situação ele serviria Deus por nada. E mais: a declaração final de Habacuque nos ensina que conquanto a fé tenha um poder literário em si mesmo, ela deve ser fé para além da própria finalidade histórico-libertacionista.

Ela tem de ser fé que mesmo quando opera mudanças na história está fazendo isso por nada, pelo simples fato de que a fé bíblica não é nunca um fato histórico. Ela está sempre em algo além.

Ela sempre se relaciona com o invisível ou com o futuro. É por isso que a verdadeira fé sempre serve a Deus por nada. Nem no futuro da história o homem de fé encontrará sua recompensa. O futuro da fé nunca chega porque a fé é sempre futuro.

‘"Ainda que a figueira não floresça, nem há fruto na vide: o produto da oliveira mente, e os campos não produzem mantimento: as ovelhas foram arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação”.

Como Cristão não estamos imunes de enfrentar adversidades e dias difíceis; mas podemos estar certos que se buscarmos ao Senhor, e confiarmos em Sua Palavra, Ele nos dará forças e condições de vencermos os dias maus e as adversidades.

Que Deus nos abençoe e nos guarde no seu grandioso amor, em nome de Jesus. Amém!

10 segredos para poder todas as coisas naquele que nos fortalece.

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
janio-estudosteolgicos.blogspot.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Neste estudo bíblico estaremos enfocando sobre 10 segredos para poder todas as coisas naquele que nos fortalece. Vamos acompanhar.

São diversas as vezes que passamos por dificuldades e não sabemos como agir…
Passamos por lutas constantes e parece que não chega ao fim nunca…

Na nossa caminhada, nem sempre o caminho é plano, as curvas vêm, e muitas vezes até espinhos encontramos.

Quando enfrentamos a perda de alguém, a tristeza invade nossas almas, causando um enorme vazio, que parece que jamais será preenchido.
Quando sofremos decepções na vida amorosa, nos fechamos para todos e por tudo…

Juntamente com Efésios, Colossenses e Filemom, a epístola aos Filipenses foi escrita quando Paulo estava preso por causa do Evangelho. Os textos de Fp 1.7, 13, 14 e 17 deixam muito claros o contexto de encarceramento do apóstolo.

Todavia, não se sabe com certeza onde Paulo está. Tradicionalmente, os intérpretes clássicos sugeriam que Paulo está preso em Roma, por volta de 60-61, principalmente por causa de 1.13 que cita “a guarda do palácio”, isto é o Pretório.

Tal percepção colocaria a carta no mesmo contexto das demais “cartas da prisão”. Outros intérpretes sugeriram que Paulo poderia estar preso em Éfeso (1Co 15.32); outros entendem que a prisão em Cesaréia (57-59) seria o cenário ideal para a elaboração da epístola.

Independemente das minúcias cronológicas, o importante é que Paulo está “em cadeias”.

Surpreendentemente, Filipenses é uma das epístolas mais pacíficas do Novo Testamento. Paulo quase não apresenta nenhuma censura à igreja nova da Macedônia. Além disso, um dos temas de encorajamento que marca a epístola é “alegria”. O verbo “alegrar-se” (chairo) aparece em 1.18, 2.17, 18, 28, 3.1, 4.4 e 4.10; “regozijar” (synkairo) está em 2.17 e 18. O imperativo plural é contundente, aparecendo em 2.18 e 4.4, o famoso texto que diz “Alegrem-se no Senhor.

Novamente direi: Alegrem-se!” É impressionante ver um preso exortando os demais à alegria.

É neste contexto de alegria, particularmente por uma oferta dos filipenses em favor de Paulo, que o texto de 4.13 está inserido. A perícope no versículo dez e tem como desfecho o verso treze. Não será tão difícil entender o versículo final se prestarmos atenção ao texto imediatamente anterior.

Os versículos 11 e 12 dizem: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente com toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade . Depois de afirmar isso, Paulo diz que “tudo pode em Cristo”.

Afinal, o que Paulo pode (no sentido de ser capaz de suportar)? É muito simples: Pode passar necessidade, pode passar fome, pode ser preso. Isto quer dizer que Paulo pode enfrentar qualquer situação difícil, pois Cristo lhe dá força suficiente para suportar as agruras do seu ministério. Todavia, deve ficar claro que Paulo também diz que pode estar bem alimentado, pode ter muito e pode ter fartura. No entanto, “pode” aqui não significa “tenho capacidade para conseguir”, muito menos quer dizer “tenho direito a isso”.

Ao contrário, “poder” aqui significa que a fartura também não permite que Paulo sirva menos a Deus. A essência de tudo é “aprendi o segredo de viver contente com toda e qualquer situação”. Se tiver fartura, louvado seja Deus. Que ela não me impeça de servir ao Senhor. Se enfrentar problemas, louvado seja Deus. Que eles não me desanimem no ministério cristão.

Paulo dizia: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”( Fp 4:13). Ou seja, posso passar por aflições, dificuldades, naufrágios, doenças, perseguições, confusões, pois sei que o Senhor me fortalece, Ele está comigo, não vou desistir, continuarei prosseguindo para o alvo.

“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” (2 Co 12.9).

A vida do ser humano é uma correria para vencer…

A dor

A angústia

A solidão

O vazio do espírito

A decepção

As enfermidades

As desilusões…

Quando a Bíblia nos diz que em tudo Cristo nos fortalece, é uma verdade que não volta a trás, a palavra de Deus realmente nos fortalece em tudo.

Fortalece na dor, na angústia, nos momentos de solidão, no vazio da alma, nas decepções, nas enfermidades e nas desilusões que passamos.

Deus nos fortalece nas horas mais amargas que já enfrentamos ou que ainda passaremos por elas.

A coisa mais maravilhosa que o ser humano pode ter em todos os momentos de sua vida, seja na dor ou na alegria é a presença real de Deus. Ele fortalece em todas as circunstâncias, reanima com a força sobrenatural quem vem Dele.

Aquele que confia em Deus descansa Nele. Pois somente através Dele é que encontramos forças para vencer as adversidades.

Por mais que estejamos nas lutas, uma coisa é certa, passaremos por elas, e no final descansaremos nos braços do Pai.

Pois com certeza podemos todas as coisas naquele que fortalece nossos passos.

Veja agora os 10 segredos para poder todas as coisas naquele que nos fortalece:

I. O PODER CONCEDIDO AO CRENTE

Sempre dizemos a todos que não olhem para nós, prometendo-lhes somente desapontamento se esperarem receber benefício de nós. Dizemos-lhes que não temos coisa alguma.

Pedro falava diferente de nós.

Nós dizemos: "Não olhem para nós, porque não temos nada".

Mas Pedro disse: "Olha para nós “ o que tenho isso te dou." (At 3.4,6)

- É possível que isso explique a diferença nos resultados?

Depois que Pedro disse ao coxo para levantar-se e caminhar em Nome de Jesus, explicou que era o poder de Cristo ressurreto que operava o milagre:

"Pedro, vendo isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos admirais deste homem? Ou, por que fitais os olhos em nós, como se por nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, quando este havia resolvido soltá-lo." (Atos 3:12-13)

No entanto, esse poder estava em Pedro, e ele é prometido a cada cristão conforme Atos 2 . 39:

"Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor nosso Deus chamar."

As pessoas, hoje, acham que Pedro fez bem em dizer: "Olha para nós"; mas, se disséssemos o mesmo, seria blasfêmia.

O fato é que os cristãos de hoje têm o mesmo poder e autoridade que Pedro tinha.

Todos os que crêem podem fazer as mesmas coisas que os cristãos faziam ao concretizarem as palavras da comissão de Jesus.

Se estivermos plenos desse poder, também poderemos dizer: "O que tenho isso te dou", e ver os enfermos e coxos restaurados.

Não um profeta ressuscitado, mas somente simples pescadores.

Não foi Moisés quem fez essas coisas. Elias não havia reaparecido. João, que Herodes havia degolado, não ressuscitara dos mortos. Era Pedro, o pescador, um dos discípulos do Senhor Jesus Cristo.

As pessoas, atualmente, são como Herodes naquele tempo. Pensam em grandes homens de Deus ou santos especiais que andaram com Deus e foram usadas por Deus em épocas passadas e devaneiam: "Se um desses ressuscitasse da morte, poderíamos ver grandes coisas".

Deus usou pessoas em outras gerações, mas hoje é o seu tempo. Agora, Ele quer usar você, pois é um cristão.

"Estes sinais seguirão aos que crerem" (Mc 16:17a). - Isto inclui VOCÊ.

Você diz: "Eu sou tão pequeno e fraco". No entanto, Deus usa pessoas assim.

• Moisés disse isso: "Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?"(ÊX 3:11); - "Então respondeu Moisés: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu" (Êx 4:1); - "Então disse Moisés ao Senhor: Ah, Senhor! eu não sou eloqüente, nem o fui dantes, nem ainda depois que falaste ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua" (Êx 4:10).

• Isaías disse isso: "Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!" (Is 6:5).

• Jeremias disse isso: "Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um menino" (Jr 1:6).

Como você vê, isso dá a Deus a oportunidade de escolher as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias, e as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes (I Co 1:27).

II. VOCÊ PODE SER UM VENCEDOR!

Cristão, você pode fazer tudo o que Deus ou Seu Filho, Jesus, autoriza. Se Jesus afirmou: "Imporão as mãos sobre os enfermos, e os curarão", é exatamente isso que acontecerá quando você impuser as mãos sobre os enfermos, confiando que Deus cumprirá Sua Palavra.

Se Jesus declarou: Em meu nome expulsarão demônios, e nos deu autoridade sobre todos os demônios, como a Bíblia afirma, então, ao ordenar que um demônio saia de um endemoninhado, o espírito terá de obedecer-lhe, se você crer e esperar que Deus cumpra Sua Palavra.

Se Jesus queria dizer alguma coisa, Ele queria dizer o que disse.

Se a Palavra de Deus significa alguma coisa, Ela significa o que diz: Deus fará o que Ele diz, e nós podemos fazer o que Deus nos outorga.

- DIGA "Eu posso"; NÃO DIGA "Eu não posso".

Você nunca crescerá espiritualmente confessando o que não pode fazer.

Aprenda a declarar o que pode de acordo com o que Deus disse em Sua Palavra, e você começará a crescer espiritualmente.

Paulo diz: "Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." (Fp 4:13)

Paulo nunca falou do que não podia fazer, mas falava do que podia.

• Creia: que você pode fazer tudo o que Deus diz.

• Creia: que você é o que Deus afirma que você é.

"Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou." (Rm 8:37)

III. SOMOS VITORIOSOS

Somos sempre cristãos triunfantes quando cremos na Palavra de Deus: "Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu conhecimento." (2 Co 2:14)

Se Deus era com Moisés, Ele também será conosco. Quando prometeu ser com Josué como fora com Moisés: "Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida. Como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei."(Js 1:5)

Ele queria dizer que seria conosco assim como fora com Moisés.

IV. SOMENTE PESSOAS SIMPLES - COMO VOCÊ E EU

Moisés, Daniel, Davi, Elias, Pedro e Paulo eram do mesmo material que nós. Eles eram pessoas simples como você e eu.

"Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra." (Tg 5.17)

Homens e mulheres que foram usados por Deus em outras gerações eram apenas pessoas simples como você e eu.

Eles se renderam a Deus, creram em Suas Palavras e as concretizavam.

Isso é precisamente o que você precisa fazer; e, quando, o fizer, perceberá os resultados.

V. VAZIO DE SI MESMO - PLENO DE DEUS

Quando eu era bem jovem, uma senhora querida me disse: "Sim, você pode ter mais de Deus, quando Deus puder ter mais de você".

Este é o principio de Deus na consagração de nossa vida a Ele.

O Senhor sempre usou os homens que se submeteram totalmente a Ele. Deus o usará na medida de sua consagração a Ele.

Deus quer despertar-nos para o fato de que temos de encarar o mundo e servi-Lo segundo a sua necessidade hoje, como Pedro o fez em seu tempo.

Hoje é o nosso dia de servir. Arregace as mangas, saia e liberte os cativos. Abra os olhos dos cegos, destampe os ouvidos dos surdos, rompa as algemas da doença.

O mundo conta com seu socorro. Você tem esse poder em seu vaso. Esse poder lhe é dado. Exerça-o hoje! Comece hoje, pondo-o em atividade representativa em Nome de Jesus, é no lugar dEle.

VI. DEUS QUER USÁ-LO!

Se você obedecer à Sua Palavra, pondo-A em atividade, tudo lhe será possível.

"Porque para Deus nada é impossível." (Lc 1:37)

"Nada vos será impossível." (Mt 17:20)

• Quando Deus chamou Moisés, Ele precisava de um homem obediente a quem pudesse usar.

• Quando chamou Josué, Ele precisava de um homem.

• Quando chamou o pastor de ovelhas, Davi, Ele precisava de um homem.

• Quando Deus chamou Samuel (ainda menino), precisava de um homem.

• Quando chamou João Batista, precisava de um homem.

• Quando Pedro foi ungido em Pentecostes. Deus precisava de um homem.

VII. A crucificação do ego

Uma condição essencial para a plenitude de poder espiritual é a crucificação do ego a fim de sermos unidos com o Espírito Santo. Deus não pode encher-nos com seu Espírito, iluminar-nos, dotar-nos com coragem e ousadia ou com percepção espiritual e energia divina enquanto não formos crucificados.

Primeiro, devemos morrer para depois viver; precisamos reconhecer nossa inerente e total tolice humana a fim de receber sabedoria do alto; precisamos estar conscientes da nossa própria e indescritível fraqueza para podermos nos ligar ao poder de Deus. A sua força é aperfeiçoada exatamente no ponto em que a nossa fraqueza é total.

De acordo com o relato de Gênesis, quando Deus encontrou Jacó em Peniel e lutou com ele, a oração de Jacó prevaleceu exatamente no ponto em que ele foi totalmente vencido.

Geralmente se diz que Jacó lutou com o anjo, mas a Palavra afirma que foi o homem que lutou com Jacó (Gn 32.24)

. Não esqueça que essa luta não era com um pecador endurecido, porque Jacó havia entrado na família de Deus vinte anos antes, na experiência que teve em Betel. O conflito aqui era entre a perfeita vontade de Deus e a perversidade natural de Jacó.

No princípio, Jacó pensou que estava lutando contra um simples homem. Não foi preciso lutar muito, porém, para descobrir que o homem era um anjo e, um pouco depois, que era mais do que um anjo qualquer – era o Príncipe dos Anjos. No fim, antes que a luta terminasse, ele descobriu que se tratava do próprio Deus. Assim, a pessoa que, no começo, parecia um simples homem, revelou-se como Jeová Elohim, o Senhor Todo-poderoso, ninguém menos do que o Senhor Jesus.

Quantas e quantas vezes isso é ilustrado na nossa experiência! Deus vem até nós disfarçado para conquistar-nos em pontos inesperados e de maneiras inesperadas.

Ele luta contra nossa natureza na humilde armadura de uma pequena circunstância ou de uma pessoa despretensiosa, ocultando sua infinita majestade debaixo de uma aparência simples e comum de tal forma que nem sonhamos que possa ser Deus até o momento em que somos conquistados e desaparece o véu diante dos nossos olhos. Como Jacó, ficamos espantados por estarmos ali “face a face com Deus”.

O Senhor lutou com Jacó a fim de quebrar, completamente, toda resistência oculta que havia nele ao Espírito Santo, toda resistência latente à vontade e ao amor de Deus. E, quando viu que a luta estava ficando difícil e demorada, ele tocou a junta do quadril de Jacó e a deslocou.

A mesma coisa acontece conosco. Para podermos receber a força de Deus, a chave secreta do poder, Deus entra em luta conosco. Essa luta precisa continuar até que ele consiga quebrar totalmente a resistência que há em nós à sua vontade – não somente a resistência aberta, visível e consciente, mas toda resistência escondida e imperceptível que está embutida na nossa herança ou nos sentimentos e faculdades.


Ele precisa atingir aquela sutil teimosia natural que a delicada natureza divina vê e sente, mas que nós não conseguimos detectar.

Ele precisa nos quebrar justamente no ponto em que somos mais fortes, onde se encontra a fonte de nossa energia, esteja ela na cabeça, nas mãos ou no coração, esteja ela na mente, na nossa maneira de administrar as coisas ou no dinheiro, esteja ela na nossa educação ou no tipo de preconceito, desejo e afeto – em qualquer área em que nos achamos superiores ou em que se concentra mais ego e autoconfiança, é lá que o dedo de Deus precisa aplicar a faca, onde a última resistência precisa morrer a fim de que o Espírito Santo possa tornar-nos um só com ele, participantes de sua natureza e poder.

Paulo diz: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu...”(Gl 2.20). Em toda a Palavra de Deus, vemos que a crucificação precede o verdadeiro poder espiritual. Não somente é necessário que Deus derrube os hábitos e vícios de um pecador para convertê-lo, mas, naqueles que já foram regenerados, ele também precisa quebrar sua sabedoria, justiça e experiência, seu conhecimento e treinamento eclesiástico, seus preconceitos e sectarismo.

Para Deus quebrar a justiça própria de um homem cristão, é tão difícil quanto quebrar a injustiça de um pecador.

Não pense que estou dizendo que Deus vai derrubar sua própria sabedoria, justiça ou poder; a única coisa que ele quer quebrar é o tipo de sabedoria, justiça e força que é gerado e nutrido pela natureza humana.

Tudo o que se origina no ego, na natureza da criatura precisa ser crucificado a fim de que a criatura possa se unir a Cristo por meio do Espírito Santo.

É dessa união espiritual e vital que é gerado outro tipo de sabedoria, justiça e força, infinitamente superior ao que é produzido por uma criatura. Precisamos fazer morrer não somente a natureza ímpia, mas, também, a natureza que tem aparência boa, para podermos ser habitados e possuídos pelo Espírito de Deus.

VIII. Insignificância própria

Outro segredo do poder espiritual é sempre ignorar nossa capacidade natural como criatura. Não estou dizendo que devemos negar nossa capacidade. Falar uma inverdade não ajuda Deus em nada, quer seja contra nós mesmos ou contra Satanás, e afirmar que não somos nada, no sentido absoluto da palavra, não é bíblico.

O que estou dizendo é que o segredo do poder está em ignorar nossa capacidade natural como base suficiente para o sucesso. Na esfera das criaturas, nossa habilidade natural pode até valer alguma coisa, mas no reino da graça divina, na esfera em que os milagres espirituais são realizados, podemos ser eficientes nas mãos de Deus somente quando desprezamos completamente a própria suficiência.

É nesse sentido que se encaixam diversas expressões bíblicas que descrevem a natureza humana como “pó e cinza”, um “vaso quebrado”, “os coxos repartindo a presa”, “o menor de todos”, “ainda que nada sou”, “escolheu as coisas fracas do mundo, [...] e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são”.

Devemos nos colocar nas mãos de Deus sem confiar na própria força. Abandonemo-nos a nós mesmos, por completo, ao Espírito de Deus e, ao mesmo tempo, desprezemos totalmente qualquer força, sabedoria ou bondade que sejam nossas como criaturas.

IX. Entregue a Obra para Deus

Se quisermos ter o segredo permanente do poder, precisamos consentir em experimentar aparente fracasso para Jesus. Não sei se isso vai chocá-lo, mas se observar os grandes acontecimentos de crise na Bíblia e na vida das pessoas de grande fé, você descobrirá, vez após vez, que a vinda de poder dependia da plena disposição de ser visto como fracasso total aos olhos do mundo.

Aqueles que trabalham com Deus não podem ser fracassos do ponto de vista dele, mas há ocasiões em que, da nossa perspectiva, sentimos que tudo deu completamente errado. Ao aceitarmos em silêncio esse aparente fracasso, por amor a Jesus, as portas de oportunidade, do lado da vida natural, se fecham enquanto, ao mesmo tempo, as válvulas do lado divino se abrem para o influxo da energia que move o universo.

É muito fácil, até para o coração santificado, ficar ligado à obra em que está envolvido e desejar que ela seja bem-sucedida como uma obra própria.

É muito fácil para pessoas dedicadas que dirigem reuniões de acampamento, convenções, grupos caseiros, missões ou qualquer espécie de empreendimento espiritual ou filantrópica ficarem muito apegadas ao próprio empreendimento e nutrirem um desejo vaidoso por sucesso.

Uma análise mais minuciosa do coração vai revelar que, em geral, colocamos a nossa própria ambição na obra, e o Espírito Santo que sonda todas as motivações, revela o terrível segredo de que, em última análise, é o ego humano que anseia por sucesso.

Agora, para toda a glória ser dada a Deus, ele terá de macular a bela face do sucesso aparente e fazer com que morramos para nosso próprio sucesso na obra. Só assim é que ele poderá obter resultados muito maiores do que imaginávamos nos nossos maiores sonhos. Jesus não quer nos ver mais apaixonados pela obra dele do que por ele próprio.

O homem que nunca sente que tem do que se orgulhar no seu trabalho, mas considera que sua obra nada representa em termos de crédito para si mesmo, é aquele que estará sempre disposto a ser visto como fracasso aos olhos dos homens. Leia a história dos grandes empreendimentos de fé, tais como os que foram feitos por Lutero, o orfanato de George Muller ou o trabalho do Bispo Taylor na Índia e na África.

Veja como, em milhares de ocasiões na vida desses homens, eles tiveram de ser considerados fracassos aos olhos não somente do mundo, mas também de filósofos, igrejas, ministros e clérigos renomados. Observe suas lutas sozinhos em oração, suas sublimes, mas solitárias convicções, as elevadas visões que ninguém mais conseguia enxergar.

Veja como ultrapassaram os legisladores na sua própria lei, sobrepujaram professores universitários no seu ensino, eclipsaram banqueiros terrenos na administração do dinheiro e envergonharam a ineficácia, a inércia e a incredulidade da maioria dos cristãos nominais ao seu redor.

Note como, pelo alvo de alcançar tais resultados grandiosos, tiveram de se humilhar a todo tempo no pó, recebendo críticas, reações frias e desprezo da parte de quem esperavam ajuda.

X. Reconheça a Presença do Espírito Santo

O último pensamento que queremos dar em relação ao segredo do poder é que devemos reconhecer constantemente a presença do Espírito Santo.

Há uma chave maravilhosa de força quando reconhecemos a presença divina em nós e na obra que Deus nos chamou para fazer.

“(Moisés) permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível” (Hb 11.27). “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (Ex 33.14).

Cada vez que vamos a uma reunião, ou falamos com uma pessoa, ou oramos, ou cantamos, ou trabalhamos para Deus, se naquele instante reconhecermos que o Espírito Santo está em nós e conosco, ele não só será a fonte da nossa inspiração, mas o ato de fé que Deus honra com sucesso.

Não estou dizendo que não devemos orar pela presença do Espírito Santo, para que ele venha sobre nós e a Palavra, mas que, tendo orado no nome de Jesus, devemos crer que a oração já foi respondida.

Esquecer da presença de Deus, considerar que ele está distante é nos desligar da fonte de poder e permitir que nosso espírito desmorone.

Mas, no momento em que, consciente e claramente percebermos que Deus está presente, que o Espírito, o Consolador está neste lugar e que ele está pronto e disposto a agir por meu intermédio para destruir fortalezas – que diferença isso fará em nossas palavras, orações e cânticos!

Haverá uma liberdade, uma unção, uma alegria que nada mais poderia inspirar. “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).

Não me importa quão pobre ou doente ou fraco você esteja, no momento em que sua alma percebe claramente a verdade eterna do fato, “estou convosco todos os dias...”, uma fonte secreta de poder estará aberta dentro do seu coração que está acima de qualquer eloqüência ou magnetismo, porque ela é a fonte de toda eloqüência e magnetismo. Esse é o único poder que está à altura dos propósitos do Evangelho.

É sobremodo maravilhoso como Deus pode usar aquilo que é extremamente fraco e debilitado para sua glória, especialmente quando nos empenhamos, não em favor do nosso próprio salário ou fama, mas para a glória do nome de Jesus, plenamente dispostos a ser amados e honrados somente por Deus.

Quando o Senhor se agrada de nos usar em qualquer obra, o melhor que podemos fazer é entregá-la de volta a Deus, assim que o fizermos, e cair de volta à nossa pequenez e insignificância natural, para descansar em Deus.

Quando a alma santificada está unida, intimamente, com o Espírito Santo, dessa união inefável flui o que a Bíblia chama de o poder de Deus.

Portanto, o segredo do poder é deixar o Espírito Santo unir sua própria pessoa ao nosso homem interior, limpando-o, enchendo-o, inspirando-o, suprindo-o, de acordo com cada situação ou emergência, com sua luz, energia, sabedoria, coragem, tato e zelo sobrenaturais, a fim de podermos realizar a vontade e a obra de Deus.

Esse poder é algo que Deus implanta no interior da pessoa, de tal modo que, mesmo não sabendo explicar, ela não se abate nem desmorona com a pressão de milhares de coisas que certamente a derrotariam em sua natureza humana, se dependesse apenas de si mesma.

Viver em Deus, com Deus e para Deus, esse é sem sombras de dúvidas o segredo para a sua vida, para a sua família, para o seu trabalho e para o seu crescimento.

Qualquer outro caminho é caminho de insatisfação.

O Senhor te chama para descobrir esse segredo, amém!

As cinco coisas que teremos nos céus (Ap 21.1-27 – 22.1-5)

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
janio-estudosteolgicos.blogspot.com



Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.
Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo.

E exultarei por causa de Jerusalém, e folgarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor.
Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus;
porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem,
e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.

Eles edificarão casas e nelas habitarão;
plantarão vinhas e comerão o seu fruto.
Não edificarão para que outros habitem;
não plantarão para que outros comam;
porque a longevidade do meu povo será como a da árvore,
e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos.

Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles.

E será que antes que clamem, eu responderei;
estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
O lobo e o cordeiro pastarão juntos,
e o leão comerá palha como o boi;
pó será a comida da serpente.
Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, diz o Senhor (Is 65.17-25).

Vi novo céu e nova terra,
pois o primeiro céu e a primeira terra passaram,
e o mar já não existe.

Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,
ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
(Ap 21.1-8)

Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo:
Eis o tabernáculo de Deus com os homens.
Deus habitará com eles.
Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles.

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.

Eu, a quem tem sede darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.

Os textos deste estudo bíblico são visões do poder criador e transformador de Deus em ação, fazendo novas todas as coisas agora e no futuro. A passagem de Isaías tem a forma de uma palavra divina que afirma o poder transformador de Deus no universo e na história. Em resposta às lamentações e queixas da comunidade do após exílio em Israel (Isaías 63.15-64.12), Deus diz:

Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio, porque eis que eu crio para Jerusalém alegria e para o seu povo regozijo (Isaías 65.17-18).

Veja as cinco coisas que teremos nos céus

I. NO CÉU TEREMOS A RESTAURAÇÃO DO PRÓPRIO UNIVERSO – V. 1

1. A redenção alcançou todo o cosmos – v. 1

- A natureza escravizada pelo pecado (Rm 8.20,21), agora está completamente restaurada.

- Deus não cria um novo céu e uma nova terra, mas torna-os novo, como do nosso corpo, fará um novo corpo. Não é aniquilamento, mas renovação.

2. Não haverá mais nenhuma contaminação – v. 1

“E o mar não mais existirá”. Isso é um símbolo.

- Aqui o mar é o que separa. João foi banido para a Ilha de Patmos. Também o mar é o que contamina (Is 57.20). Do mar surgiu a besta que perseguiu a igreja.

- No novo céu e na nova terra não haverá mais rebelião, contaminação nem pecado.

II. O CÉU É CONHECIDO PELO QUE NÃO EXISTE LÁ – v. 4

1. No céu não haverá dor

- A dor é conseqüência do pecado.

- A dor física, moral, emocional, espiritual não vai entrar no céu.

- Não haverá mais sofrimento, enfermidade, defeito físico, cansaço, fadiga, depressão, traição.

2. No céu não haverá mais lágrima

- Não haverá choro nas ruas da nova Jerusalém.

- Este mundo é um vale de lágrimas. Muitas vezes alagamos o nosso leito com nossas lágrimas.

- Choramos por nós, pelos nossos filhos, pela nossa família, pela nossa igreja, pela nossa pátria.

- Entramos no mundo chorando e saímos dele com lágrimas.

- Mas Deus é quem vai enxugar nossas lágrimas. Não é auto-consolo.

3. No céu não haverá luto nem morte

- A morte foi lançada no lago de fogo (Ap 20.15).

- Ela não pode mais nos atingir. Fomos revestidos da imortalidade. Tragada foi a morte pela vitória.

- No céu não há vestes mortuárias, velórios, enterro, cemitério.

- No céu não há despedida.

- No céu não há separação, acidente, morte, adeus.

III. O CÉU É CONHECIDO POR QUEM VAI ESTAR LÁ – V. 2
1. A cidade santa, a nova Jerusalém, a noiva adornada para o seu esposo

- A igreja glorificada, composta de todos os remidos, de todos os lugares, de todos os tempos, comprada pelo sangue do Cordeiro, amada pelo Pai, selada pelo ES é a cidade santa, a nova Jerusalém em contraste com a grande Babilônia, a cidade do pecado.

- Ela é a noiva adornada para o seu esposo em contraste com a grande Meretriz.

- O Senhor só tem um povo, uma igreja, uma família, uma noiva, uma cidade santa.

2. Essa noiva foi adornada para o seu esposo

- O próprio noivo a purificou, a lavou, a adornou. Ela será apresentada igreja santa, nova pura, imaculada, sem defeito. A noiva amada, comprada, amparada, consolada, restaurada e glorificada.

3. Essa noiva vai estar no céu pela graça – v. 6,7

- Feito está! Deus já completou toda a obra da redenção (Jo 19.30; Ap 16.17; Ap 21.6).

- Os sedentos bebem de graça da água da vida.

- Todos os que têm sede podem saciar.

- Todos os que buscam encontram.

- Todos os que vêm a Cristo, ele os acolhe.

IV. O CÉU É CÉU PORQUE LÁ ESTAREMOS EM COMUNHÃO COM DEUS – V. 2,3,7

1. Porque a vida no céu será como uma festa de casamento que nunca termina – v. 2

- As bodas passavam por quatro fases:

1) O compromisso;

2) A Preparação;

3) A vinda do Noivo;

4) A festa. O céu é uma festa. Alegria, celebração, devoção.

- Deleitar-nos-emos em seu amor. Ele se alegrará em nós como o noivo se alegra da sua noiva. Esta festa nunca vai acabar.

2. Porque o céu será profundamente envolvido pela presença de Deus – v. 3

- O céu é céu porque Deus está presente. Depois que o véu do templo rasgou, Deus não habita mais no templo, mas na igreja.

- O Espírito Santo enche não o templo, mas os crentes.

- Agora somos santuário onde Deus habita.

- Veremos Cristo face a face. Vê-lo-emos como ele é. Ele vai morar conosco. Não vai mais haver separação entre nós e Deus.

- A glória do Senhor vai brilhar sobre nós.

3. Porque no céu teremos profunda comunhão com Deus – v. 3b

- Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus.

- Aqui caem as divisas não só do Israel étnico, como das denominações religiosas.

- Seremos a igreja, a noiva, a cidade santa, a família de Deus, povo de Deus.

4. Porque no céu desfrutaremos plenamente da nossa filiação – v. 7

- A igreja é a noiva do Cordeiro e a filha do Pai.

- Tomaremos posse da nossa herança incorruptível.

V. O CÉU É DESCRITO PELO FULGOR DA NOIVA, A NOVA JERUSALÉM – V. 9-27

1. A nova Jerusalém é bonita por fora, ele reflete a glória de Deus – v. 11

- Quando João tentou descrever a glória da cidade, a única coisa que pôde fazer foi falar em termos de pedras preciosas, como quando tentou descrever a presença de Deus no trono (4.3).

- A glória de Deus habita na igreja. Essa glória é indescritível, como indescritível é Deus.

- A igreja é bela por fora. Ela é como uma noiva adornada. Suas vestes são alvas.

2. A nova Jerusalém é bonita por dentro – v. 19,20

- Ninguém coloca pedras preciosas no fundamento. Mas no alicerce dessa cidade estão doze espécies de pedras preciosas.

- Há beleza, nobreza, riqueza e esplendor no seu interior.

- Não há coisa feia nem escondida dentro dessa igreja.

3. A nova Jerusalém é aberta a todos – v. 13,25

- A cidade tem 12 portas: ela tem portas para todos os lados.

- Isso fala da oportunidade abundante de entrar nesse glorioso e maravilhoso companheirismo com Deus.

- Venha de onde vier, as pessoas podem entrar.

- Os habitantes dessa cidade são aqueles que procedem de toda tribo, povo, língua e nação.

- São todos aqueles que foram comprados pelo sangue do Cordeiro.

- Não há preconceito nem acepção de pessoas. Todos podem vir: pobres e ricos; doutores e analfabetos; religiosos e ateus; homens e mulheres.

- A cidade é aberta a todos: Há portas para todos os lados.

- O noivo convida: Vem! A noiva convida: Vem! Quem tem sede recebe a água da vida.

4. A nova Jerusalém não é aberta a tudo – v. 8,12,27

- A cidade tem uma grande e alta muralha.

- Muralha fala de proteção, de segurança.

- Embora haja portas (v. 13) e portas abertas (v. 25), nem todos entrarão nessa cidade (v. 8,27).

- Embora as portas estejam abertas, em cada porta há um anjo (v. 12).

- Os pecadores inconversos não podem entrar no céu (v. 8) – O universalismo está errado.

- A idéia de que toda religião é boa e todo caminho leva a Deus é um engano.

- No céu só entrarão aqueles que se arrependeram de seus pecados, creram em Cristo e foram lavados em seu sangue.

- Só aqueles que têm o nome escrito no Livro da Vida podem entrar!

- O pecado não pode entrar na Nova Jerusalém (v.27) – Embora a igreja é aberta a todos, não é aberta a tudo.

- Muitas vezes, a igreja tem sido aberta a tudo e não a todos (Pedro e Jesus: Arreda stanás).

5. A nova Jerusalém está construída sobre o fundamento da Verdade – v. 14

- Esse símbolo fala da teologia da igreja.

- A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos.

- A igreja do céu está edificada sobre o fundamento dos apóstolos, sobre a verdade revelada, sobre as Escrituras.

6. A nova Jerusalém tem espaço para todos os remidos – v. 15-17

- A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais. A cidade tem doze mil estádios, ou seja, 2.200 Km de comprimento, de largura e de altura. Não existe nada parecido no planeta.

- É uma cidade que vai de São Paulo a Aracaju.

- Na Nova Jerusalém, a maior montanha da terra, o pico Everest, desaparece mais de 240 vezes.

- Essa cidade é um verdadeiro cosmos de glória e santidade.

- É óbvio que esses números representam a simetria, a perfeição, a vastidão e a totalidade da Nova Jerusalém.

- Não existem bairros ricos e pobres nessa cidade.

- Não existem casebres.

- Existem mansões, feitas não por mãos.

- Deus é o arquiteto e fundador dessa cidade.

7. A nova Jerusalém é lugar onde se vive em total integridade – v. 18,21b

- Não apenas a cidade é de ouro puro, mas a praça da cidade, o lugar central, onde as pessoas vivem é de ouro puro, como vidro transparente.

- Tudo ali vive na luz.

- Tudo está a descoberto. Nada escondido.

8. A nova Jerusalém é o lugar de plena comunhão com Deus – v. 22

- No Velho Testamento a presença de Deus estava no Tabernáculo, depois no Templo. Mas, agora, Deus habita na igreja.

- Na Nova Jerusalém não haverá templo, porque a igreja habitará em Deus e Deus habitará com a igreja. Isso é plena comunhão.

- A cidade será iluminada não mais pela luz do sol ou pela lua. A glória de Deus a iluminará.

9. A nova Jerusalém é o paraíso perdido, onde corre o rio da Vida – 22.1-2

- A Nova Jerusalém é uma cidade, um jardim, uma noiva.

- O jardim perdido no Éden é o jardim reconquistado no céu.

- Lá o homem foi impedido pelo pecado de comer a árvore da vida, aqui ele pode se alimentar da árvore da vida.

- Lá ele adoeceu pelo pecado, aqui ele é curado do pecado.

- Lá ele foi sentenciado à morte, aqui ele toma posse da vida eterna.

- No Jardim do Éden havia quatro rios. Nesse Jardim Celestial, há um único rio, o rio da Vida.

- Ele flui do trono de Deus.

- Ele simboliza a vida eterna, a salvação perfeita e gratuita, o dom da soberana graça de Deus.

- Por ele passa ele traz vida, cura e salvação.

10. A nova Jerusalém é onde está o trono de Deus – 22.3-5

- O trono fala da soberania e do governo de Deus. O Senhor governa sobre essa igreja.

- Na nova Jerusalém vamos ter propósito. “Os seus servos o servirão”. Nosso trabalho será deleitoso.

- Vamos servir àquele que nos serviu e deu sua vida por nós.

- Os salvos entrarão no descanso de Deus (Hb 4.9).

- Os salvos descansarão de suas fadigas (Ap 14.13), no porém do seu serviço.

- Na ova Jerusalém vamos ter intimidade com o Senhor. “Contemplarão a sua face”.

- O que mais ambicionamos no céu não são as ruas de ouro, os muros de jaspes luzentes, nem as mansões ornadas de pedras preciosas, mas contemplar a face de Jesus! O céu é intimidade com Deus.

- Na nova Jerusalém vamos reinar com Cristo eternamente – “e reinarão com ele para sempre”.

- Deus nos salvou não apenas para irmos para o céu, mas para reinarmos com ele no céu. Ele não apenas nos levará para a glória, mas também para o trono.

- Nós seremos não apenas servos no céu, mas reis.

- Cristo vai compartilhar com sua noiva sua glória, sua autoridade e seu poder.

Para a sua reflexão:

1. Você já é um habitante dessa cidade santa? Seu lugar já está preparado nessa cidade?

2. Onde você tem colocado o seu coração? Na nova Jerusalém ou na grande Babilônia?

3. A qual igreja você pertence: à Noiva ou à grande Meretriz?

4. Qual é o seu destino: o paraíso ou o lago de fogo?

5. Para onde você está indo: para o Casa do Pai, onde o Cordeiro é a lâmpada eterna ou para as trevas exteriores?

6. Onde está o seu prazer: em servir a Deus ou deleitar-se no pecado?

7. Hoje é o dia da sua escolha, da sua decisão.

Escolha a vida para que você viva eternamente!

Que Deus nos ajude para conseguirmos chegar ao destino final que é os Céus , Amém!

O que fazer para ver os sinais de Deus

Por: Jânio Santos de Oliveira

Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro

janio-estudosteolgicos.blogspot.com


Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta, nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará. (Sl 74.9)

Milagre (especificamente falando) é algo extraordinário, como o mar se abrir, Jesus andar por sobre as águas, um morto ressuscitar, fogo descer do céu, fazer parar de chover ou fazer chover, transformar a água em vinho, multiplicar alimentos e por aí vai. O que estou dizendo é que, as pessoas quando pensam em milagre, englobam outras coisas como cura divina, sinais e libertação.

Diante do exposto acima, vamos englobar tudo na palavra “milagre”, que mesmo assim, voltaremos à pergunta do tema, não vemos hoje em dia curas, sinais, milagres e nem libertação (O que acontece na Igreja Universal não conta e nem muito menos é libertação).

O que está acontecendo ou o que não está acontecendo conosco que tais manifestações sobrenaturais bíblicas não se realizam em nosso meio? Qual é o problema da Igreja?

O problema em não experimentarmos mais isto, é que a Igreja não busca o que a Igreja do primeiro século buscava.

A Igreja do primeiro século buscava muito ganhar vidas, transformar nações, amar os perdidos, pregar O Evangelho Verdadeiro do Senhor Jesus, todos oravam, conheciam a Palavra de Deus, e tinham um grande interesse na manifestação dos dons sobre eles.

E o que vemos hoje? As Igrejas estão bem mais preocupadas com sua vida financeira (não que isto não deve ser pregado ou focado em ministrações, pois a própria Palavra nos ensina sobre prosperidade) do que qualquer outra coisa!

Em 1 Coríntios 12:27-31, vemos ali uma lista de dons que servem para a edificação da Igreja, no qual entre eles está a operação de milagres, dons de curar, que sabemos muito bem que se alguém os tem, com toda certeza arrastará multidões, assim como foi com o Senhor Jesus, as multidões em sua maioria não o seguia para ouvi-lo, mas sim para ver ou receber seus milagres e curas.

Na atualidade, a Igreja busca os perdidos com métodos que não foram ensinados na Bíblia. Acham que fazendo shows, trazendo bandas famosas ou cursos especiais, estarão fazendo um evangelismo eficaz.

Imagina se usássemos o evangelismo usado pelos Apóstolos? A oração fervorosa, a busca intensa pelos dons, uma fé inabalável, ousadia, pregações em grupos casa (células), santidade, consagração. Se tivermos tal pensamento, esta Igreja terá um crescimento explosivo tanto em unção como em vidas salvas para o Reino de Deus.

A Igreja tem que experimentar do sobrenatural. O ministério do Senhor Jesus e de seus discípulos, foram repletos do Poder de Deus no meio deles. Onde o Poder de Deus está afluindo (isto inclusive nas pregações), as multidões vão até lá.

Quando sentirmos necessidade de ganhar vidas através dom bom e verdadeiro Evangelho, o testemunho Divino será confirmado através dos seus vários sinais e milagres (Hb 2:4).

Tenha em mente também que a busca por esses dons, servem para sua progressão na fé e edificação do corpo de Cristo com dito em 1 Coríntios 14:12. Sempre ao buscar ter um dom como o do tema em questão, nunca pense que ele é para você, para sua exaltação, fama e orgulho, mas sim para a edificação do povo escolhido de Deus, se não tiver este amor pelos perdidos e visão para o crescimento da Igreja de Deus, de maneira nenhuma o Senhor concederá tal poder, pois como preconizado no Salmo 139, “Ele conhece o nosso coração e nos sonda”, e Deus jamais entregará tal poder se o mesmo não andar em retidão para com Ele.

Assim como já dito que os evangelistas de hoje imitam aqueles que comercializam a fé e os “dons”, o que tem desejo de receber tal poder não poderá depois exultar em seu coração (já vi isto) que de agora em diante tem que “pagar para ver”.

O que de Graça ele recebeu, de Graça tem que dar, para não ter o mesmo espírito de “Simão o mágico” que tentou comprar por dinheiro o poder do Espírito Santo.

Concluindo, busque sempre os melhores dons e tenha em mente e no seu coração que os sinais acompanham aqueles que crêem e o temem, e principalmente amam a Igreja e os perdidos.

Dois tipos de cura
Deus sempre se manifestou como aquele que cura seu povo. Através de Moisés, Deus prometeu curar os filhos de Israel e poupá-los das doenças dos egípcios (Êx 15:26; Dt 7:15).

Davi louvou a Deus como aquele que cura todas as moléstias (Sl 103:3). Provérbios ensina que a obediência ao Senhor dá saúde e longa vida (Pv 3:2,8; 4:22 ).

No Novo Testamento também, João orou pela saúde e prosperidade de Gaio (3 Jo 2). Mas essas promessas tinham certas limitações: Essas promessas não imunizaram totalmente o povo de Deus contra a doença. Homens justos como Jó, Epafrodito e Trófimo adoeceram (Jó 2; Fp 2:25-30; 2 Tm 4:20).

Não houve um tempo, desde o jardim do Éden, em que o povo de Deus teve completa liberdade das enfermidades. Tanto cristãos quanto incrédulos experimentam a doença e a morte.

Essas promessas não foram garantias absolutas. Como regra geral, Deus abençoa os fiéis com uma vida mais prolongada e melhor saúde. Considere, por exemplo, a promessa de que aqueles que honram os pais viverão muito tempo (Êx 20:12; Ef 6:1-3). Sabemos que, em geral, aqueles que honram os pais vivem mais.

Mas isso não significa que todos que honram seus pais vivem até aos 80, nem que todos os que morrem cedo desonraram seus pais. Eclesiastes mostra claramente que a relação de um homem com Deus não pode ser determinada pela sua saúde ou pelas bênçãos físicas (Ec 9:1-3).

Os amigos de Jó estavam certos de que a enfermidade dele fora causada por causa de sua desobediência; mas isto não era verdade. Os discípulos queriam saber quem teria pecado para causar a cegueira do homem. Jesus replicou que a cegueira não fora causada nem pelo seu pecado nem pelo de seus pais (Jo 9:1-4).

A ênfase das Escrituras não está nas bênçãos físicas. O foco principal das promessas de Deus é espiritual. Estamos, freqüentemente, mais interessados nas promessas de bênçãos físicas, mas uma leitura séria do Novo Testamento nos mostra que o principal interesse de um cristão deve ser sua comunhão com Deus e seu lar eterno (veja Filipenses 3:20-21; Colossenses 3:1-4; Hebreus 11:13-16, 35-38).

Além do cuidado geral de Deus para com a saúde de seu povo, houve certas épocas nas quais Deus operou milagres especiais de curas.

Através de Moisés, por exemplo, Deus tornou uma água amarga em doce, curou lepra e levantou uma serpente de bronze para curar mordeduras de cobras. Através de Elias e Eliseu, Deus curou lepra, ressuscitou mortos, etc. Através de Jesus e dos apóstolos, Deus curou os cegos, os coxos, os surdos e muitos outros.

Os tempos extraordinários das curas milagrosas corresponderam às novas revelações que Deus estava dando ao povo. Os sinais que Moisés operou atestaram suas credenciais para apresentar a nova lei de Deus aos filhos de Israel.

Os sinais de Elias e Eliseu deram o carimbo da aprovação de Deus ao trabalho dos profetas de revelar outra maior porção da palavra de Deus. Os sinais de Cristo e dos apóstolos mostram que a revelação do Novo Testamento foi enviada por Deus.

Deus cura hoje em dia?

Sim, Deus cura seu povo através da oração, da providência e da ação de sua vontade, como ele sempre fez. Muitas vezes as pessoas glorificam médicos e remédios, quando Deus é aquele que deve receber o crédito. Todas as boas dádivas vêm de Deus e devemos sempre lembrar de dar a ele a glória e o agradecimento (Tg 1:17).

Mas será que Deus ainda cura da maneira especial e miraculosa como antigamente o fez? Será que ele ainda dá poderes especiais de curas aos homens, como o fez a Moisés, a Elias e Eliseu, e a Jesus e aos apóstolos? Alguns responderão sim.

Parece haver um impressionante arranjo de "evidência" para as supostas curas milagrosas nos dias atuais. A própria diversidade dessa evidência, contudo, deve levar-nos a reconsiderar.

Estará, realmente, Deus operando sinais especiais e maravilhas em tantas diferentes, e mesmo contraditórias, igrejas e religiões? Na Bíblia, as curas especiais foram a maneira de Deus confirmar a nova revelação que ele estava dando através dos que curavam. É claro que Deus, que não se contradiz, não está confirmando todas estas mensagens conflitantes.

As muitas advertências contra os falsos sinais e maravilhas precisam ser examinadas. O diabo sempre simula as obras de Deus (examine Deuteronômio 13:1-5; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Tessalonicenses 2:9-12; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). E, também, o diabo é muito hábil em trabalhar através da religião (Mateus 7:15-23; 2 Coríntios 11:13-15; Colossenses 2). Portanto, a presença das supostas curas miraculosas na atualidade, as quais são totalmente diferentes das curas na Bíblia, não deve nos surpreender.

Diferenças entre as curas de hoje e as na Bíblia

Tipo. As curas especiais na Bíblia incluíam todos os tipos de moléstias.

Jesus e os apóstolos podiam curar qualquer pessoa de qualquer doença ou enfermidade (Atos 5:15-16; Marcos 1:32-34; Mateus 4:23-24; 9:35). Cegos de nascença recebiam a visão imediatamente; coxos de nascença começavam a andar e saltar; lepra, mãos definhadas, orelhas cortadas e outros males perfeitamente visíveis eram curados diante dos próprios olhos daqueles que observavam (Atos 3:1-10; 4:22; João 9; Marcos 3:1-6; Mateus 8:1-4; Lucas 22:50-51).

Ainda mais admirável era a ressurreição dos mortos (Lc 7; Jo 11; At 9; 20). As curas de agora são diferentes. Os que fazem curas hoje em dia se especializam em dores de cabeça, dores lombares e outras enfermidades invisíveis. Sim! Algumas vezes ouvimos falar de um cego que recebeu sua vista ou de mortos sendo ressuscitados, mas nunca, ninguém, parece testemunhar esses eventos.

Eles sempre ocorreram em outro tempo ou lugar e ninguém parece se lembrar exatamente de quando e onde. Sem dúvida, as "curas milagrosas" que você e eu vemos hoje são de uma natureza muito diferente dos milagres na Bíblia.

Maneira. As curas na Bíblia eram instantâneas. Não havia reação retardada. Os cegos recebiam sua vista na hora; os coxos começavam a andar, correr e saltar; a pele dos leprosos era purificada instantaneamente (Mt 8:3; 12:13; At 3:7-8; Jo 9:7).

As curas miraculosas foram sempre completas. Não havia curas parciais (At 3:16). A maneira de Jesus e dos apóstolos era simples. Não havia fanfarras; não havia nada encenado. Aqueles com a verdadeira capacidade de curar faziam seu trabalho calmamente, simples e completamente. Poderá alguém que testemunhou "curas", hoje, dizer que elas são feitas da mesma forma?

Freqüência. Nenhum dos que, hoje em dia, "curam" sempre têm êxito. Geralmente, atribuem a culpa pelos insucessos à falta de fé por parte dos que querem ser curados. Mas na Bíblia, aqueles que realmente tinham o poder de curar conseguiam seu intento.

Há uma única exceção registrada (Mt 17) e, nesse caso, o problema foi uma falta de fé por parte dos que pretendiam curar. Nem todos aqueles que recebiam as curas tinham fé; de fato, alguns que nem esperavam ser curados o foram (Jo 5; At 3).

Deus nunca falha. Se houvesse, nestes dias, pessoas que verdadeiramente tivessem poderes especiais de Deus para curar, eles também não falhariam.

Propósito. Na Bíblia, os milagres e as curas eram sinais para confirmar a mensagem do homem que os operava. Deus autenticou cada nova mensagem com sinais (Hb 2:3-4; Mc 16:20).

Gerações posteriores tinham que confiar na mensagem escrita daqueles que demonstravam as credenciais para revelá-la (Jo 20.30-31).

Há muitos textos que mostram que a mensagem do evangelho foi completamente revelada no primeiro século (Jo 16:13; Jd 3) e que não haveria revelação adicional (Gl 1:6-9).

Considere esta ilustração: O Cristo ressuscitado foi visto por várias testemunhas que escreveram sobre o que viram. Hoje, não vemos Cristo; confiamos na evidência registrada por aqueles que o viram.

Os aparecimentos de Cristo depois de sua ressurreição serviram precisamente ao mesmo propósito que as curas e milagres: para provar que ele é o Filho de Deus e que devemos confiar na mensagem do Novo Testamento. Não há mais razão para esperar que alguém terá poder para curar hoje em dia, do que pensar que Cristo reaparecerá nestes dias.

É também digno de nota que o propósito das curas na Bíblia nunca foi financeiro. Pura e simplesmente, nunca lemos sobre Jesus ou os apóstolos ou outros cristãos primitivos com capacidade para curar fazendo coletas daqueles que eles estavam curando.

De fato, em relação a estas próprias coisas (curar os doentes, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos e expelir demônios) Jesus disse que as dessem gratuitamente (Mateus 10:8). Somos também advertidos sobre os que "movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias" (2 Pe 2:3).

Efeito. Quando homens tinham, verdadeiramente, poderes para curar, todos se maravilhavam e ficavam admirados com os resultados (Atos 3:9-11; Lucas 7:16-17).

Até mesmo os inimigos do evangelho tinham que admitir que as curas realmente aconteciam (João 11:48; Atos 4:16). Afinal, como poderiam negá-las? Havia os mortos que Jesus tinha ressuscitado, os coxos que ele havia curado e os cegos que agora viam, dando testemunho visível do seu poder.

Os inimigos do evangelho sempre tentaram se opor e desacreditar o ensinamento, mas nunca tentaram negar que as curas e os milagres realmente aconteceram. Às vezes, questionavam quando Jesus curava (por exemplo, no sábado) ou pelo poder de quem (por exemplo, do diabo, diziam eles) o fazia, mas nunca negavam a autenticidade dos milagres.

Os que curam, atualmente, experimentam resultados que são muitíssimo diferentes. Porque as curas não são imediatas, nem completas, nem visíveis, muitos reconhecem que eles realmente não têm qualquer poder especial. Onde está o milagreiro de hoje que tenha entrado numa cidade e curado todos os doentes? Os efeitos são diferentes.

Houve dois meios básicos pelos quais Deus curou: o meio normal, através da oração e da providência, e o meio miraculoso, para confirmar as novas revelações. Deus continua a curar pelo meio normal e, por esta razão, devemos orar pelos doentes e agradecer a Deus pela recuperação deles. Mas não há evidência de que alguém tenha, hoje, as aptidões especiais, que Jesus e os apóstolos tinham para curar os enfermos. Nem devemos esperar que tenha.

A intenção de Deus era confirmar sua nova revelação, através dos seus mensageiros, dando a eles especiais poderes de cura; sua revelação está completa; portanto, ele não continuou a dar poderes especiais. Tais curas especiais não ocorrem em nossos dias.

Hb 13:8. Aqueles que crêem que Deus continua dando, hoje, poderes especiais de cura aos homens usam vários argumentos para apoiar essa idéia. Por exemplo, Hebreus 13:8 afirma que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Há pessoas que usam esse texto para dizer que, se curas especiais e maravilhas aconteceram no primeiro século, o mesmo deve acontecer hoje em dia.

Mas esse texto não diz que Jesus faz exatamente as mesmas coisas em todas as eras, nem que sua vontade é sempre a mesma. Hoje, os homens confessam pecados, enlutam-se, casam-se. Mas não farão assim para sempre.

No céu não há confissão de pecados, luto ou casamento. No Velho Testamento não havia batismo pelo Espírito Santo ou o falar em línguas. Jesus é o mesmo. Mas sua obra mudou. No primeiro século, livros foram acrescentados à Bíblia, houve apóstolos vivos e Cristo apareceu na terra em forma humana. Hoje não.

O fato de que Jesus nunca muda não significa que ele sempre dê aos homens os mesmos poderes ou aja sempre do mesmo modo. Há um certo progresso no procedimento de Deus para com os homens. Passo a passo ele executa seu plano. Conforme o plano é cumprido e a maturidade é atingida, certas coisas necessariamente mudam (1 Co 13:11).

Mc 16:17-18. Mr 16:17-18 é usado, às vezes, para ensinar que todos os crentes serão capazes de operar curas, expelir demônios e falar em línguas. É interessante que poucos são os que afirmam, que todos os crentes podem beber veneno ou pegar em serpentes, ainda que essas coisas sejam mencionadas na mesma passagem.

É importante analisar cuidadosamente o contexto desta promessa. Jesus estava falando aos apóstolos e prometeu que esses sinais acompanhariam os crentes. Ele não disse que todos os crentes, nem mesmo naquela época, poderiam operar sinais.

Mc 16.20 afirma que essa promessa já havia sido cumprida: "E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam." A pregação, mencionada em Marcos 16, com os sinais que a confirmariam já aconteceu. Se há mais sinais, hoje, pelo menos esse texto não está afirmando nada a respeito.

João 14:12. Alguns se valem de João 14:12 para tentar provar que as curas milagrosas continuam ainda hoje. Essa passagem ensina que discípulos de Cristo farão obras maiores do que ele fez.

O significado é que, depois da morte e da ressurreição de Jesus, seus seguidores pregariam a mensagem da salvação e ofereceriam, realmente, o perdão dos pecados pelo sangue de Cristo. Eles fariam uma obra maior por causa da expiação proporcionada pela morte de Jesus.

Muitos deturpam esse texto para dizer que os crentes operarão milagres maiores. Mas como? Eles mudarão mais água em vinho, alimentarão uma multidão maior com menos pães e peixes, acalmarão tempestades mais violentas, ressuscitarão mais pessoas mortas? Seria difícil realizar maiores milagres do que Jesus. Esse texto está falando da salvação que poderia ser proporcionada depois da morte e ressurreição de Cristo.

Testemunhos. Finalmente, alguns se voltam para o testemunho das "curas" especiais nos dias atuais. Ou foram curados ou viram alguém curado, ou ouviram sobre alguém que foi curado. Mas há problemas com isso.

Deus cura hoje. Ele não cura da maneira miraculosa como o fez no primeiro século, mas cura. Ele não dá aos homens, nos dias atuais, poderes especiais de cura.

Deus pode curar através de sua providência e ao mesmo tempo um dos que "curam" pode começar a exercer sua arte.

As pessoas dão o crédito ao "milagreiro", quando na realidade foi a providência de Deus que curou. Muitas enfermidades são grandemente afetadas pela mente. Se alguém pensa que foi curado, muitas vezes se sentirá melhor.

Por essa razão, diversas "curas" ocorrem numa atmosfera emocionalmente carregada, com muitos na expectativa de receber uma cura. Raramente os que dizem que curam, hoje em dia, vão a lugares públicos e realizam tal ato; a maioria das "curas" ocorre em edifícios de igrejas ou lares.

Jesus, ao contrário, curava em qualquer situação, até mesmo enquanto caminhava rua abaixo. Não há evidência de homens, hoje, curando como Jesus e os apóstolos curavam. Todos ouviram falar de algum lugar afastado onde uma pessoa morta foi ressuscitada, um leproso limpo, ou uma pessoa cega recebeu sua visão. Mas quem realmente experimentou esses fenômenos? Se Deus ainda cura hoje em dia do mesmo modo que no passado, por que são quase todas as curas invisíveis? Por que os milagres notáveis sempre ocorrem em algum lugar distante?

Muitos são os que procuram ver grandes SINAIS e maravilhas nas suas vidas quando, na verdade, sabem que estes SINAIS só Deus poderá realizar.

E a pergunta que muitos colocam é: Se eu creio em Deus, onde estão os SINAIS?

Estamos de acordo que a crença, a convicção e a certeza são fundamentais para VER o que tanto desejamos, mas essa crença, convicção e certeza, têm que ser MATERIALIZADAS.

Observe o que escrito está:
Jo 2.1: “Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus. 2.2

Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento.” Quantos são os que, por motivos tradicionais ou religiosos têm convidado Jesus à sua vida, à sua festa, pensando que, com isso, os SINAIS na sua vida estarão garantidos? Permita-me dizer-lhe que, caso você esteja nesta situação, então, está muito enganado!

2.3 “Tendo acabado o vinho, a “mãe” de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho.”

Enquanto havia vinho, quem chamou por Jesus? Enquanto não faltou nada, quem perguntou por Jesus? O mesmo acontece com muitos, que só se lembram d’Ele quando falta alguma coisa.

2.4 “Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.”

Veja a resposta de Jesus ao pedido da “sua própria mãe”, aproveito para mostrar o quanto muitos estão enganados em seitas e religiões, quando usam até mesmo Maria para chegar a Jesus, quando O Próprio lhe deu “uma nega”, dizendo-lhe: “Não chegou a minha hora.” Quer dizer, ‘o meu momento não chegou’ e por que motivo não tinha chegado?

2.5 “Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser.”

Aqui está o segredo, para Ver os Sinais de Deus na sua vida, para que chegue a hora de Deus fazer e materializar os Seus Sinais na nossa vida, primeiro temos que agir.

Como assim? A hora de Deus só chega quando acaba a nossa hora. ‘Fazei Tudo o que Ele vos disser,’ esse é o segredo, e não é só ‘Fazer’, e sim, ‘Fazer Tudo’ o que está ao nosso alcance. Existem os que nada fazem, existem os que fazem, mas, não fazem tudo, por isso, não acontecem SINAIS.

2.6 “Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. 2.7 Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente.”

Veja que houve uma obediência, eles fizeram TUDO, pois encheram TOTALMENTE, com Deus é assim, ou tudo ou nada.

2.8 “Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. 2.9

Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo 2.10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.”

Mais uma vez fizeram como Jesus tinha ordenado, e quando levaram as talhas cheias de água ao provador da festa, eis que o SINAL e o primeiro SINAL do Seu Ministério tinha acontecido: a transformação da água em BOM vinho – pois o que Deus faz é excelente, é bom.

2.11 “Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a Sua Glória-Poder, e os seus discípulos creram nele.”

Ora, se eu quero os Sinais de Deus na minha vida, primeiro tenho que ‘Fazer Tudo’ o que Ele me diz, e com esses Sinais na minha vida, os que me rodeiam, principalmente familiares, terão que dar o braço a torcer e crer em Deus.

Deus continua a curar em nosso tempo, porém não mais concede aos homens capacidade especial para curar.

Há diferenças radicais entre as curas verdadeiramente milagrosas do primeiro século e as alegações de curas hoje. Temos a revelação completa e confirmada do evangelho; portanto, Deus descontinuou seu uso das curas especiais.

As curas de Deus, agora, são através da oração e da providência, e não através de sinais miraculosos.

Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus, amém!