sexta-feira, 23 de março de 2012
As três lições que o deserto nos ensina
Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
seminarionainternetdoprofjanio.blogspot.com.br/
Deus tem propósitos para a vida de cada um de nós, ELE usa de vários meios para se revelar e mostrar a sua vontade. Deus leva os escolhidos a realizar seus propósitos e a obter maturidade espiritual para experimentar o cumprimento das promessas que ELE fez.
Esse meio que ELE usa é o deserto, lugar de sofrimento, falta água, calor durante o dia e muito frio à noite, lugar de treinamento.
Abraão e José foram homens de Deus chamados para realizar seus propósitos, todos eles passaram por crises, solidão, angustias, sem saberem muitas vezes o porque de tantos sofrimentos e desafios para alcançarem a promessa , eles nos tem deixado exemplos de paciência e fé.
Em nossas vidas também não é diferente Deus nos fala de algo bom, maravilhoso, nos faz promessas, mas de repente, situações adversas nos acometem, parecendo caminhar em direção contrária ao que Deus disse.
O porquê desafia sua fé em Deus e a certeza que teremos a vitória, mas não desanime, não se entregue, tudo isso faz parte do treinamento para tornar você uma pessoa mais humana, buscar mais a Deus, te moldar do jeito que Ele quer , pois o Deus que envia também cuida ELE é contigo.
Em (Gn 12.1-3) Deus prometeu abençoar a Abrão, torná-lo pai de muitas nações, seria engrandecido, deveria deixar amigos, sair do meio da sua parentela indo para uma terra que Deus mostraria.
Reflita caso isso ocontecesse com você, tirá-lo do seu conforto, da família, amigos, e ir rumo a uma terra desconhecida até então.
O que o SENHOR testa é a obediência e a prontidão em fazer sua vontade, confiando plenamente e que Deus é totalmente suficiente para dar direção, proteção, livramento e salvação.
Porque Deus fez assim com Abraão? ELE fez isso para treiná-lo aprender a enfrentar as dificuldades na total dependência, ter intimidade e buscar diariamente o SENHOR com cânticos e orações.
“Temos que dizer o que Jó disse em Jó 42.5 Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos” isso é andar com Deus.
Na velhice de Abrão e de Sara Deus deu a eles um filho que humanamente era impossível como esta registrado em Gênesis 18.11 que Abrão e Sara já velhos e adiantados em idade ; já a Sara havia cessado o costume das mulheres , mas Deus cumpriu o que prometeu.
Abraão não foi o único a passar pelas mãos do Oleiro , José também precisou de matricular - se nesta escola para treinamento. Imaginem José sendo levado para longe , sofrendo a falta dos seus, psicologicamente ele estava tendo uma experiência terrível nas mãos do SENHOR estava sendo tratado em suas emoções , para crescer e amadurecer emocionalmente e espiritualmente dependendo unicamente do DEUS Todo Poderoso, aprendendo os princípios de submissão, autoridade, administração de bens e na prisão aprendeu a administrar recursos em situações de escassez.
No tempo determinado por Deus não houve atraso chegou na hora certa e cumpriu as promessas nas vidas de Abraão e José e de muitos outros.Assim Deus fará com você te preparando para algo maior.
Devemos obedecer a Deus e á sua vontade revelada. No caso de José, por exemplo, fica claro que por ele honrar a Deus, mediante sua vida de obediência, Deus o honrou ao estar com ele.
Semelhantemente, para o próprio Jesus desfrutar do cuidado divino protetor ante as intenções assassinas do rei Herodes, seus pais terrenos tiveram de obedecer a Deus e fugir para o Egito. Aqueles que temem a Deus e o reconhecem em todos os seus caminhos têm a promessa de que Deus endireitará as suas veredas (Pv 3.5-7).
Na sua providência, Deus dirige os assuntos da Igreja e de cada um de nós como seus servos. O crente deve estar em constante harmonia com a vontade de Deus para a sua vida, servindo-o e ajudando outras pessoas em nome dEle (At18.9,10;23.11;26.15-18;27.22-24).
Devemos amar a Deus e submeter-nos a Ele pela fé em Cristo, se quisermos que Ele opere para o nosso bem em todas as coisas (Rm 8.28). Para termos sobre nós o cuidado de Deus quando em aflição, devemos clamar a Ele em oração e fé perseverante. Pela oração e confiança em Deus, experimentamos a sua paz (Fp 4.6,7), recebemos a sua força (Ef 3.16;Fp 4.13), a misericórdia , a graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16; Fp 4.6).
Tal oração de fé , pode ser em nosso próprio favor ou em favor do próximo ( Rm 15.30-32; Cl 4.3).
São experiências comuns em nossa vida cristã. Como compreendê-las e vencê-las? Nesses momentos costumamos ser derrotados e frustrados, ainda mais quando vemos a Bíblia ordenando-nos alegrias nestas horas (Tg 1:2, I Pe 1:6, I Pe 4:12-13).
O que é provação e tentação? Provação e tentação é a mesma coisa? Há diferenças? Porque em algumas Bíblias aparece a palavra tentação, e em outras o mesmo texto apresenta a palavra provação? Na Bíblia a palavra traduzida como tentação ou provação é a mesma: “peraismos”.
Quer dizer teste prova. Há vários tipos de provas (I Pe 1:6) a que podemos ser submetidos: perseguições, doenças, problemas sérios, oposição desencadeada por Satanás, aparente distância de Deus.
Todos estes tipos de testes são “provações”. Há um tipo especial de provação, que é aquela desencadeada por Satanás, visando nossa derrota e valendo-se de uma cobiça interior nossa para acenar-nos com algo que tenta induzir-nos ao pecado. Esta prova é uma “tentação”.
Este tipo maligno de “peraismos” Deus não faz. É o que diz Tiago 1:13-15. A diferença entre tentação e provação é mais didática do que prática, pois freqüentemente se confundem. Toda tentação é uma provação e toda provação pode vir a ser uma tentação. Basta para isso que Satanás nos induza ao pecado, em meio à provação.
Vide o exemplo de Jó, que sendo provado foi tentado, Jó 2:9. A aparente distancia de Deus, também é às vezes um teste, visando provar nossa fé em suas promessas constantes. Este teste é o que chamamos “deserto espiritual”, sensação de vazio.
O QUE É DESERTO?
Porque algumas vezes nos sentimos vazios: Frios, Deus parece que não nos ouve? Deus está conosco, Jesus prometeu estar conosco todos os dias até a consumação do século, o Espírito Santo faz morada em nós.
Portanto a Trindade está sempre conosco. No entanto eu posso sentir isto ou não. Posso ver isto ou não.
Quando eu não sinto ou não vejo Deus comigo (Deserto), me vem uma sensação de vazio e frieza espiritual.
Mas Deus não quer isto, Ele quer que pela fé (Hb 11:1) eu cria que Ele está comigo, e haja abundância de vida mesmo no deserto (Sl 84:6) Jó 35:14. Deserto é dificuldade de ver e sentir Deus presente, embora Ele sempre esteja (Sl 34:18).
Há 3 coisas diferente de Deserto: Deus nos faz passar por momentos assim: Se Deus quer trabalhar em nossa fé, e fé é ter convicção de fatos que não se vêem muitas vezes Deus permite que não o sintamos presente para lançarmos mão de fé.
“Ele está aqui, embora não o sinta”.
Exemplo: Ex 14; 15:22,27; 16:12; 17:1, Dt 8:15 e 16, Mt 4:1, Sl 23:2-4, Jr 17:7 e 8, Mt 14:22-25. Pecados ou voluntários afastamentos de Deus. Este tipo de deserto não é propriamente uma provação mas conseqüência de derrota espiritual.
O pecado afasta-os de Deus, e o abandona da oração e da leitura da Bíblia, nos traz também frieza espiritual.
II Sm 11; 12:6; Sl 51:11. Peculiar característica física ou temperamental.
I Rs 19:4. Elias era homem de Deus e muito abençoado. Não fora Deus quem o conduzira ao deserto, e nem pecado, mas um problema, uma ameaça o fez entrar em depressão. Elias era um Melancólico.
Todos nós temos um pouco do temperamento melancólico, mas há pessoas marcadamente melancólicas, que constantemente estão em desertos.
Os melancólicos são introvertidos, escrupulosos, meticulosos, exigentes, pensadores, auto depreciadores.
Para mudar seu temperamento leia: Temperamento controlado pelo Espírito e Temperamento transformado pelo Espírito.
O MANÁ COMO PROVISÃO NO DESERTO
Lemos em Hebreus 9.4 acerca da arca da aliança que continha em seu interior um vaso com o maná, além das tábuas da lei e da vara de Arão que floresceu. E o mesmo escritor afirma em sua epístola que a lei tem a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas (Hb 10.1).
Na arca e nos elementos em seu interior não temos a imagem exata das coisas, mas a sombra (ou figura) de bens futuros. Se observarmos estes objetos segundo o ensino do Novo Testamento, temos que ir além da imagem exata (o que neles se vê literalmente) e compreender a sombra, ou seja, o que eles tipificam: os bens futuros, da Nova Aliança, nele figurados.
Qual é a figura do maná? Para entendermos claramente, compararemos dois textos bíblicos: um do Velho Testamento apresentando a figura, e um do Novo Testamento interpretando a figura.
“Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor disso vive o homem”. ( Dt 8.3)
“Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. (Mt 4.4 )
Observe isto. Em Deuteronômio, vemos que as Escrituras dizem que o homem não vive de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor. E segundo o texto, o que saía da boca do Senhor? O maná!
Agora veja, Jesus usa estas mesmas palavras ao ser tentado pelo Diabo no deserto, E O INTERPRETA ao dizer: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus. Ele substitui a expressão “maná” por “Palavra de Deus”, que era o significado desta figura, que não tinha a imagem exata, mas era sombra de um bem vindouro.
O maná, portanto, é um tipo da Palavra de Deus: é o alimento que vem do céu para o sustento do seu povo. E qual é a figura da arca da aliança? Ela representa a presença de Deus no meio dos homens. Veja os textos bíblicos que autenticam esta afirmação: Quando, pois, a arca partia, dizia Moisés: Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam.
E quando ela pousava, dizia: Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel. (Nm 10.35-36). Quando a arca partia, Moisés dizia: “Levanta-te ó Deus…”, e quando ela pousava, dizia: “Volta, ó Senhor…”, porque a arca representava a presença de Deus que estava entre os querubins, como ele mesmo dissera a Moisés. Vemos também que em Primeira Samuel 4.21-22, quando os filisteus tomaram a arca, dizia-se em Israel: “Icabode – de Israel se foi a Glória!”
Se a arca representava a presença de Deus no meio dos homens, então ela figura Jesus! No Novo Testamento, é Ele quem é chamado EMANUEL, que traduzido é “Deus conosco” (Mt 1.23).
E dele escreveu João, o apóstolo do amor, dizendo: E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do pai. Ninguém jamais viu a Deus.
O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer. (Jo 1.14, 18.) A arca, portanto, é figura de Cristo, a presença de Deus no meio dos homens.
Vejamos agora as três lições que o deserto nos ensina
I. NO DESERTO ENCONTRAMOS A NÓS MESMOS
O que sou, é difícil dizer até não saber onde estou. São nas situações desérticas da existência que os problemas, as crises, as provações se instalam em lugares, estados ou condições que nos levam a nos sentirmos sós, indefesos, abandonados.
Daí é que podemos ter uma verdadeira consciência de nossa identidade. É no deserto que podemos nos conhecer profundamente.
Não há para quem olhar no deserto - nós mesmos é que somos objeto de nossa análise. Assim, podemos nos conhecer mais.
Nessa condição de autoconhecimento, refletimos sobre os motivos que nos tem trazido até ali. Por que estamos no deserto? Pela nossa insensatez? Pela nossa desobediência? Por que Deus nos quer aperfeiçoar? Por que o Espírito Santo quer ter mais comunhão conosco? Por que Deus apaixonado por nós quer que digamos a Ele o quanto O amamos? O certo é que, quando nos quebrantamos, Deus nos revela o porquê do deserto. Daí, podemos escolher as metas corretas para nossa vida.
Nós nos redescobrimos no deserto. A existência passa a ser percebida com um verdadeiro sentido de ser. É nessa situação que podemos estabelecer um propósito para vida. No deserto, Cristo teve avivada a consciência de ser Ele o Filho de Deus.
Isso implicava em assumir o motivo de Sua encarnação, o Seu único propósito: a salvação de milhões de seres humanos - a cruz.
Nas situações desérticas nós também passamos a priorizar nossas metas, tendo a convicção profunda de vivermos para a glória de Deus, "porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente (Rm 11:36).
II. NO DESERTO ADQUIRIMOS CAPACIDADE ESPIRITUAL
No deserto pessoal, capacitamo-nos para resolver problemas mais ou menos semelhantes aos que Satanás apresentou a Jesus.
As tentações querem fazer com que usemos nossa vida para nossos próprios propósitos. Quando somos tentados, somos forçados a nos comprometermos unicamente com nossas metas. Além disso, as situações tentadoras da vida querem até mesmo nos impedir de examinar e reavaliar nossos propósitos.
Essa é a tônica desse mundo secularizado e materialista que vivemos. O "curso desse mundo" quer nos fazer pensar de modo exagerado somente em nossa posição, em nossa comida, em nossa roupa, em nossos bens, enfim, quer nos encapsular em nosso próprio egoísmo.
Mas, é no deserto que recebemos virtude do Espírito Santo para percebemos que somente seremos realizados de fato se tivermos os mesmos propósitos de Jesus - servir à vontade de Deus e ao Seu reino.
Quando estamos no deserto, Deus nos revela que as tentações são um exercício necessário para a maturidade emocional e espiritual.
Somente tem uma vida de vitória quem tem esperança em Deus.
É falsa a idéia popular de que "a esperança é a última que morre". Para quem entende o significado espiritual dos desertos a que estamos sujeitos a esperança jamais se extingue.
Por isso mesmo tal pessoa jamais estará totalmente livre dos desertos. Eles fazem parte do processo de conquista da esperança: "...a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5:3-5).
III. NO DESERTO NOS FIRMAMOS NO CHAMADO DE DEUS
Quando estamos no deserto a força das circunstâncias, condições e o estabelecimento de prioridades significativas para nossa vida espiritual nos leva a renovarmos nossa vida.
Assim, o deserto que a princípio seria um lugar de exaustão e queda passa a ser um ambiente onde o verdadeiro sentido da vida é valorizado.
Dessa forma, reconhecemos nossa identidade como filhos de Deus.
Com dois ataques, Satanás quis criar uma crise de consciência em Jesus a partir da conjunção condicional "se", a motivadora de tantas dúvidas: "Se tu és Filho de Deus..."; "se tu és Filho de Deus...".
Como Jesus, devemos ter bem nítido a verdade de que somos filhos de Deus, em quem o Pai tem muito prazer. O Espírito que impeliu o Salvador ao deserto é o mesmo que "testifica com o nosso espírito que nós somos filhos de Deus" (Rm 8:16).
O resultado desse testemunho do Consolador é que a consciência profunda de sermos filhos de Deus nos leva a rendermos nosso ser a vocação que o Senhor nos tem dado.
No deserto pessoal, a convicção do motivo de nossa chamada para o Reino de Deus se torna viva em nosso coração. Daí, louvamos a Deus sabendo que as crises nos direcionam a firmarmos o chamado de Deus para nossa vida.
COMO AGIR NOS DESERTOS
Usar a fé e não sentidos 2 Co 5:7, crer que Deus está ali mesmo que não o veja ou o sinta. Manter vida devocional, mesmo que não haja “o calor da sua presença”. Preservar enquanto durar o deserto.
O de Jesus durou 40 dias. O dos Judeus 40 anos. O seu durará enquanto você necessitar. Se houver pecado, confesse-o. Se estiver doente vá ao médico. Deixe o Espírito mudar seu temperamento, se for este o seu caso.
COMO AGIR NAS PROVAÇÕES DE MANEIRA GERAL?
Confiar nas promessas.
(I Co 1:13, I Pe 1:5, I Pe 4:10, Mt 26:20). Perseverar ao lado do Senhor, descansando ( I Pe 5:7). Opondo-se e resistindo ao diabo e às tentações.
(I Pe 5:8 e 9, Tg 4:8). Alegrar-se nas bênçãos provenientes das provações
(I Pe 1:6).
Deus só envia ao DESERTO os fortes, aqueles que ele sabe que são perseverantes indesistíveis. O DESERTO é o centro de treinamento de Deus, onde ele prepara e equipa seu exército, seus soldados, a sair a campo.
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