quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O vento assopra onde quer

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro




O vento assopra onde quer (Jo 3.8)


Ao explicar a Nicodemos como Deus opera a obra do novo nascimento, Jesus fez uma comparação; nela Ele mostra a semelhança entre a obra que o Espírito Santo opera à semelhança do vento.

A Bíblia subdivide o vento em 4 situações: a.) vento da indolência (Jn1.4-15) b.) vento das falsas doutrinas (Ef.4.14)c.) vento do maligno(Jó 1.19) d. Vento do Espírito (At 2.2).

Vejamos:

1. “O vento assopra onde quer”...

Vejamos como o vento do Espírito soprou na vida de pelo menos seis personagens bíblicos:

A. Moisés = (Êx 2.11-15). Ele era príncipe do Egito e o segundo na linha sucessória ao trono, recebera toda a educação avançada que na época existia, e se achava pronto para assumir o trono; porém, por imaturidade tentou se antecipar ao plano divino e precocemente passou a exercer o juízo, praticando um crime hediondo ao matar um egípcio e enterrá-lo na areia.

Não satisfeito por esse ato reincidiu no mesmo erro no outro dia, desta feita, tentou apartar uma briga entre dois de seus irmãos (judeus) que por sua vez o denunciou ao rei Faraó. Agora Moisés não tinha outra opção para se manter vivo senão o de pedir asilo político fora daquela nação; ele partiu para Midiã e lá permaneceu por 40 anos.

Longe de se admitir que Moisés preferisse o deserto, na realidade aquela circunstância foi movida pelo próprio Espírito Santo tal como o vento com a finalidade de lhe submeter a um treinamento no deserto aonde ele haveria de passar pelos próximo 40 anos ao conduzir o povo de Israel para a terra da promissão.

B. Elias = (1 Re 19.11) Na verdade os grandes homens de Deus que a Bíblia menciona foram guiados pelo Espírito Santo; apesar deles terem sido poderosamente usado nas mãos do Senhor, eram homens sujeitos às mesmas paixões que nós (Tg5.17) . Se Elias não tivesse passado por esse fracasso, então ficaria para nós a idéia apenas de um: “pàra chuva” “manda chuva”; “destruidor de exércitos” e “dos profetas de Baal”. O vento soprou sobre o maior dos profetas (pois é ele quem aparece no monte da transfiguração ao lado Moisés consolando a Jesus e o preparando para aquele momento sombrio; enquanto Moisés representava a Lei, Elias os profetas) e depois de destruir a 850 falsos profetas, acaba por correr de uma mulher.

C. Jonas (Jn 1.4-15) O vento soprou sobre o profeta porque ele não quis pôr em prática o plano que Deus reservou para ele.

D. Jesus (Lc 8.24). Ao contrário do profeta Jonas, que não tinha poder ou qualquer domínio da situação em função de sua desobediência, Jesus que nunca cometeu pecado e em sua boca não foi encontrado engano, determinou que as circunstâncias que o assolava fossem dissipadas pela palavra de ordem.

E. Paulo (At 27.13-20) através da vida e biografia do Apóstolo percebe-se que ele foi sempre movido pelo Espírito Santo desde o momento da sua conversão; o ponto mais relevante ocorre quando Paulo é vitimado com mais 275 almas (At 27.37). O comandante do navio não quis ouvir ao Apóstolo preferindo seguir a viagem, por achar que ele (Paulo) não tinha experiência marítima; Deus que é misericordioso deu um grande livramento a todas aquelas pessoas com exceção do navio.

F. Felipe (At.8.26-40) Sobre Felipe soprou o vento do Espírito à semelhança de Sanção conduzindo-o para as searas da evangelização transcultural. A intensidade desse vento era tamanha que num dado momento ele foi trasladado de uma cidade para a outra, já que Deus tinha (e tem) pressa para alcançar as almas perdidas.

G. Na Igreja primitiva. (At 2.2; 8.1-5) o vento soprou sobre os membros da Igreja primitiva em dois momentos: a.) No dia de pentecostes. Naquela ocasião o vento de Deus veio sobre a Igreja com a finalidade de revestir a cada um dos crentes, capacitando-os para o serviço do mestre; b) Na assolação do mancebo Saulo de Tarso. Agora, Deus observando que a Igreja permanecia com esse poder (que é o evangelho) sem compartilhar dele com as demais pessoas de outras nações, enviou o vento da perseguição. No entanto o Senhor mantinha um controle absoluto da situação a ponto de na medida em que os discípulos foram espalhados para cumprir Atos 1.8 salvou a Saulo transformando-o num ícone da Igreja primitiva.

2. ...“Ouves a sua voz”... A Palavra de Deus nos afirma que se ouviu o som de um vento veemente.

Esta é a voz do Espírito Santo (At 13.2).

3. ...Não sabes donde vem, nem para onde vai “... (Ec 11.5) A ação do vento é livre e inacessível; não há como impedir a manifestação do Espírito Santo no seio da Igreja. O profeta Joel vaticinou pelo espírito, que é “sobre toda a carne” apesar da apostasia reinante entre os que se dizem pertencer ao povo de Deus, está acontecendo em escala mundial um grande avivamento atingindo pessoas de todas as denominações.

4. ...”Assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO”. Deus opera na vida daquele que é nascido de novo de forma poderosa e invisível. O vento aqui é usado como símbolo do mover e operar de Deus na vida do homem, quando este corresponde aos anseios e aclamo divino.

A exemplo dos grandes personagens bíblicos, Deus poderá a qualquer momento nos tomar para usar-nos como canal de bênçãos em suas mãos. Ele poderá nos transportar ainda para outros lugares diferentes que jamais imaginamos.

Ele opera aonde quer podemos ouvir a sua voz. Porém ficamos sem saber onde começou e como vai ser o desfecho de suas ações em nossas vidas.

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde no seu grandioso amor em nome de Jesus. Amem.

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